No mundo atual de opiniões instantâneas, a prudência e a cautela passam longe. As ferramentas para expormos nossos pensamentos são várias, como o Facebook, Instagram, Whatsapp, Twitter, Tiktok, dentre outros. Contudo, a reflexão sobre um tema é muito importante, seja para não sairmos por aí falando ou escrevendo coisas sem fundamento, seja para não magoarmos algumas pessoas e até mesmo corrermos o risco de praticar algum ilícito penal ou civil.
Hoje, compartilhamos e curtimos publicações sem termos a curiosidade e a sensatez em verificar a fonte e, assim, criamos uma bola de neve de mentiras.
A leitura sempre foi e ainda é a melhor forma de nos instruirmos, a fim de desenvolver um pensamento crítico. Para isso, basta procurar verdadeiros formadores de opiniões. Salutares escritores, capacitados e especialistas em seus ofícios. Assim, fortalecemos nossas fundamentações, abrimos nossa mente para novas ideias e passamos a enxergar melhor a vida.
Diante de vários temas polêmicos, como eutanásia, aborto, porte de arma, união homoafetiva, política, pena de morte, maioridade penal, preconceitos, liberdade de expressão, liberdade ao trabalho, se fazem necessários a prudência, estudos prévios, conhecimento multidisciplinar, empatia ao próximo e respeito.
Existem diversos pontos fundamentais que atingem nosso cotidiano e necessitamos, cada vez mais, termos uma visão apartidária, imparcial e panorâmica, a fim de que pensemos, raciocinemos para desenvolvermos nosso pensamento crítico. Após, ora com outra forma de pensar, antes de escrevermos ou falarmos em nossas redes sociais eletrônicas, meditaremos a respeito. Afinal, se dizem que fast food (comida rápida) faz mal à saúde, quiçá fast word (palavra rápida), tomada pela impulsividade.
Para isso, temos que nos dedicar à leitura e, assim, quebrarmos o paradigma de acharmos que não precisamos ler para emitir opinião. Sim, você tem direito a ter opinião, mas sendo esta embasada é muito melhor, não é?
Assim escreveu o saudoso Fernando Pessoa: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.
Diego Antunes é advogado especialista, consultor, palestrante e professor universitário da graduação nas disciplinas de Introdução ao Direito, Lógica e Argumentação Jurídica, Pensamento Crítico, Direito do Trabalho, Processo do Trabalho e Prática Trabalhista e da pós-graduação em Direito Material e Processual do Trabalho