Apesar dos registros de casos de malária no Brasil demonstrarem tendência de queda, os dados ainda preocupam as autoridades sanitárias. Em 2021, foram registrados 145 mil casos de malária em todo o país, sendo mais de 99% concentrados na região amazônica. No Plano de Eliminação da Malária no Brasil, em conformidade com os objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a ideia é eliminar a transmissão de malária até o ano de 2035.
A meta brasileira é chegar a 2025 com 68 mil casos, para, então, registrar números abaixo dos 14 mil casos até 2030, além de reduzir o número de óbitos a zero neste mesmo ano. Segundo o Ministério da Saúde, apenas em 2020 foram investidos mais de R$ 275 milhões no combate à malária. Os planos coordenados da OMS são para que a redução da doença chegue a 90% em todo o planeta até 2030, com a eliminação da malária em pelo menos 35 países; além de evitar a reintrodução em países já considerados livres da transmissão.
E, para ampliar a discussão em torno do tema, bem como estreitar o contato entre profissionais que estudam e atuam no combate à doença, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realiza, a partir desta segunda-feira (25), a 16ª Reunião Nacional de Pesquisa em Malária. O evento também marca os 15 anos de criação do Dia Internacional de Luta Contra a Malária. A data de 25 de abril foi instituída pela OMS com a finalidade de reconhecer o esforço global para o controle efetivo da doença.
O encontro, que seria realizado em 2021 e foi adiado em função da pandemia, se estende até a quinta-feira (28) e conta com especialistas de 15 instituições brasileiras e 18 estrangeiras, entre eles Anthony Fauci, diretor do NIAID-NIH e chefe da força-tarefa contra Covid-19 dos EUA e Adrian Hill, diretor do Jenner Institute da Oxford Univ, responsável pela vacina contra Covid-19 da AstraZeneca fabricada pela Fiocruz e pela vacina R21/MM contra malária. Também participam Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC, entre outros.
Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, que coordena o Laboratório de Pesquisa em Malária da Fiocruz, lembra que a data é importante para chamar a atenção de todos para um problema que afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, e que a 16ª Reunião Nacional de Pesquisa em Malária será mais uma oportunidade de reunir conhecimentos em prol da erradicação da doença.
“Nosso país ainda convive com quase 200 mil casos de malária por ano, o que afeta duramente as populações da Amazônia, e vimos lutando para mudar essa realidade. Nossa meta é eliminar a malária do Brasil e, para isso, a pesquisa científica e o combate à doença no campo precisam andar juntos”, destacou Cláudio.