Assim como muitos afirmam que os campeonatos estaduais já não servem de parâmetro para o Brasileirão, creio que pode-se dizer que um bom desempenho nas Eliminatórias da América do Sul não é garantia de sucesso na Copa do Mundo.
Em um grupo de, apenas dez seleções, nos acostumamos a ver o Brasil sempre se destacando, tendo como adversários mais difíceis a Argentina e o Uruguai e, às vezes, Colômbia, Chile ou Paraguai. Mas, a recente vitória brasileira por 4 a 1 sobre os uruguaios, que vinham de uma outra derrota por 3 a 0 para os argentinos, deixou a impressão de que essa superioridade técnica é motivada pela fragilidade dos adversários.
Esquemas táticos que não apresentam novidades, pouca renovação e, no caso do Uruguai some-se o desgaste físico dos seus principais ídolos, os veteranos Cavani e Suárez que atuam no competitivo futebol europeu. É verdade que a Seleção do técnico Tite teve contra o Uruguai a sua melhor atuação nessas Eliminatórias, que Neymar jogou com a categoria que o coloca entre os melhores do mundo e que Raphinha, atacante do Leeds, foi uma agradável surpresa. Mas, isso está longe do ideal.
Muito mais que manter a qualidade apresentada contra os uruguaios é preciso ser um time menos burocrático, menos previsível, apresentar variações táticas e aproveitar melhor o potencial de cada atleta sem mudar suas características, ou seja, sem inventar. Mesmo porque, enfrentar as fracas Seleções do continente Sul-Americano tem sido fácil nos últimos anos. Difícil é encarar uma Seleção Europeia, ainda que seja de nível médio.
Foto: CBF