Muitos moradores da Região dos Lagos buscam atendimento médico no Rio de Janeiro, e para isso, a grande maioria depende dos transportes oferecidos pela prefeitura. Maria Eduarda, menina de cinco anos com microcefalia, é uma das dependentes deste transporte.
A mãe de Maria Eduarda, Amélia Ferreira, solicitou um meio de transporte à Prefeitura de Cabo Frio para uma consulta da filha no Hospital Menino Jesus, em Vila Isabel, Rio de Janeiro, que foi no dia dois de junho. Segundo ela, o imaginado era que um carro ou van fossem busca-las, já que a menina tem uma deficiência, mas o que chegou foi um ônibus com outras pessoas. Além disso, Amélia relata que o transporte as deixou longe do hospital e que ela teve que pegar um uber para chegar ao seu destino.
De acordo com Amélia, em nenhum momento foi avisado que o ônibus não as deixaria na porta do hospital e que o carro poderia ser solicitado se houvesse um laudo médico. “Eles deixaram a gente de olhos fechados, no escuro. Eu estava sem dinheiro nenhum. Graças a deus minha mãe tinha e pagou o uber até lá, mas se ela não tivesse dinheiro nenhum de passagem?”, questiona.
Amélia estava com a filha de nove meses, a mãe e a outra filha, Maria Eduarda, para ser consultada. Ela ainda relata que na hora de ir embora precisaram pegar outro uber e esperaram o ônibus para voltar a Cabo Frio por mais de três horas. “Ligamos para ele (motorista) e falou que estava a caminho e nada de chegar. Começou a chuviscar, minha filha pequena estava com muito frio e a mais velha, de cinco anos, que estava no colo da minha mãe, estava tremendo de frio. Eu acho isso uma absurdo!”, expõe.
Nesta quinta-feira, dia 23, Amélia retorna ao hospital para a segunda consulta de Maria Eduarda e vai passar pela mesma situação. “Perguntei se a gente vai de carro, de van, que seja, mas que não seja de ônibus, que me deixe no local e que me busque no local. Eles disseram que vai ser de ônibus e que para eu ir de van ou carro eu preciso de um encaminhamento da médica do Rio. E eu acho isso uma absurdo! Por que não avisaram antes?”. Segundo Amélia, ela precisa do transporte e o motivo do aborrecimento é a falta de informações por parte da Prefeitura de Cabo Frio.
O Portal Costa do Sol entrou em contato com a Prefeitura de Cabo Frio e não obteve respostas até o fechamento desta reportagem.
Por Virgínia Carvalho, estagiária sob supervisão de Renata Castanho.