Texto por Denis Veneno, Consultor em Proteção e Defesa Civil e Presidente do Portal Defesa Civil.
Criado em 2017, o Portal Defesa Civil realiza um importante trabalho na prevenção de desastres socioambientais. É um site de notícias colaborativo que busca servir de apoio para a comunicação da área de proteção e defesa civil e temas relacionados.
Com o desenvolvimento do trabalho o Portal se tornou uma ONG que visa contribuir para as ações de proteção e defesa civil localmente nos estados e municípios.
Hoje temos mais de 10 diretores e quase 100 voluntários capacitados. Já entrevistei diversas pessoas envolvidas na área de proteção e defesa civil, inclusive o deputado Glauber Braga, autor da Lei 12.608/12 que instituiu a nova política de proteção e defesa civil no Brasil.
O Brasil é um dos países das Américas mais afetados pelo alto índice pluviométrico que ocasiona desastres socioambientais de origens hidrológica, como inundações e alagamentos, e de origem geológica como deslizamentos de terra. E a região brasileira mais suscetível a estes eventos é a região sudeste em decorrência da sua topologia, e, principalmente, pela ocupação urbana desordenada, onde áreas que não deveriam estar ocupadas, seja por habitação ou por infraestrutura, expõem e colocam em risco todos que frequentam e vivem nestas áreas.
O aumento do volume pluviométrico tem chamado a atenção nos últimos anos, na verdade, desde 11 de janeiro de 2011 no desastre socioambiental que devastou vilarejos e matou milhares de pessoas na região serrana. Aqui no Estado do Rio de Janeiro as autoridades começaram a compreender a real importância de priorizar ações que podem reduzir os danos, prejuízos e mortes causados pelas intempéries e preparar a sociedade para enfrentá-las, já que por se tratar de um evento natural, não é possível impedi-las, mas sim mitigá-las.
O gerenciamento das atividades envolvendo desastres socioambientais vem ao longo dos últimos 10 anos sofrendo alterações para se enquadrar na realidade de cada região. Antes nossa cultura era reacionista, ou seja, as medidas só eram tomadas após a ocorrência de um desastre. O modelo atual prioriza fazer com que a cultura reacionista seja eliminada da nossa sociedade, florescendo a cultura de prevenção, muito mais segura e responsável.
A prevenção de desastres consiste, principalmente, em medidas educativas e de conscientização, denominadas medidas não-estruturais, que visam aumentar o conhecimento das pessoas sobre os eventos adversos e seus riscos, permitindo-lhes saber o que fazer e como agir quando houver um desastre. Além de obras de infraestrutura capazes de reduzir os impactos desses eventos, garantindo a proteção e a segurança da população em situação de risco, denominadas medidas estruturais.
Porém, a maior dificuldade hoje é fazer com que a sociedade civil organizada (pessoas, políticos e empresas) exclua a cultura reacionista e compreenda a importância da “nova” cultura prevencionista e a aplique no seu dia a dia.
Desde 2017 desenvolvemos diversos projetos sociais que buscam a capacitação comunitária para a prevenção e preparação aos desastres bem como, situações de emergência a que somos expostos, em parceria com as Coordenadorias de Proteção e Defesa Civil dos municípios de Saquarema, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo e Búzios.
Também, em parceria com a rádio Costa do Sol FM, levamos informações sobre as condições climáticas e alertarmos quando há possibilidade da ocorrência de um evento adverso. Além disso, através das dicas de prevenção, podemos orientar os ouvintes a como agirem em situações de risco. O contato da defesa civil em todo o país pode ser feito pelo telefone único 199.
Nossa missão é fazer com que a população seja capaz de compreender a importância de aplicar diariamente a cultura de prevenção e assim cobrar dos seus gestores municipais, estaduais e federais, a padronização e aplicação técnica das ações e do sistema de proteção e defesa civil em suas respectivas coordenadorias.
Por isso nosso slogan é “Unindo Forças” já que “Defesa Civil Somos Todos Nós”.
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