O palco foi a Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ), conhecida com o “Maracanã do Surfe” por receber campeonatos históricos, desde a década de 70, e nos últimos anos sediar a etapa brasileira do WSL Championship Tour. O carioca Phil Rajzman disputou duas baterias e foi em várias ondas e brigou bastante para conseguir a pontuação necessária, mas foi eliminado na 3ª fase, quando competia com o também bicampeão mundial, o peruano Piccolo Clemente, e os brasileiros Rodrigo Sphaier e Anderson Ferreira. O evento é válido pelo WSL Qualifying Series.
“Por conta de ventos muito fortes, o mar ficou bem balançado e todos tiveram de ter mais técnica e sorte também, afinal estamos lidando com a natureza. Eu vinha treinando estes últimos dias, em Itaúna, e estava bem adaptado e me sentindo muito bem, mas o fator vento de hoje, acabou nos pegando de surpresa”, explica Rajzman que reside em Búzios (RJ).
Acostumado a grandes desafios e a condições de mar adversas, o atleta da elite mundial completa: “Todo o evento é um aprendizado e meus adversários foram merecedores e eram de altíssimo nível. Agora, vou focar no próximo e até lá vou avaliar qual o equipamento ideal para este tipo de condição de vento extremo e estou o tempo todo em evolução como atleta, assim como os meus equipamentos e faz parte do processo”. O próprio locutor do evento o ex-atleta Teco Padaratz, bicampeão mundial do QS, elogiou várias vezes o surfe clássico de Rajzman, respeitado e reconhecido em todo o mundo. “Phil é um surfista completo, surfa ondas pequenas e grandes e é um ícone do surfe nacional e internacional.”
Rajzman finaliza ressaltando a diferença de ter o público nas competições, sobretudo o calor da torcida brasileira. “O festival está muito legal, bem organizado e com uma infraestrutura excelente para os atletas. São várias categorias, inclusive gente nova e, ainda, tem a igualdade de premiação para homens e mulheres. Mas o melhor é sentir todo esse alto astral, a galera na areia gritando seu nome. Somente no Brasil temos esta torcida quente e é um fator motivante demais”.
A última vez que Rajzman disputou uma etapa do QS foi no Peru (Huanchaco Repalsa Longboard Pro), em 2017, quando foi Campeão Sul-Americano de Longboard.
O evento – O Saquarema Surf Festival, em memória de Leo Neves, falecido em 2019, quando competia nas ondas de Itaúna, acontece até o próximo domingo, 21, na Praia de Itaúna. Reúne aproximadamente 200 atletas, em seis competições do WSL Qualifying Series, Pro Junior e Longboard: Longboard (masculino e feminino), Quiksilver Pro QS 3000 (masculino), ROXY Pro QS 3000 (feminino), Pro Junior Sub-20 (masculina), Pro Junior (feminino). Todos serão com o princípio da igualdade na premiação para homens e mulheres e transmitidos ao vivo pelo WorldSurfLeague.com. O evento é licenciado pela WSL Latin America para a 213 Sports.
A programação do longboard prossegue nesta terça-feira, 16, com as quartas de final. No masculino, disputam na 1ª: Piccolo Clemente (PER) x Eduardo Bagé (BRA), na 2ª: Rodrigo Sphaier (BRA) x Darlan Marques (BRA), na 3ª: Tony Silvagni (EUA) x William Saldaña Diaz (PER) e na 4ª: Jeferson Silva (BRA) x Alex Leco Salazar (BRA). Já no feminino: 1ª Chloe Calmon (BRA) x Ayllar Cinti (BRA); 2ª Mainá Thompson (BRA) x Evelin Neves (BRA), 3ª Maria Fernanda Reyes (PER) x Jasmim Avelino (BRA) e 4ª Cristiana Pires (BRA) x Luana Soares (BRA).
Sobre Phil Rajzman – Carioca, 39 anos, é bicampeão mundial de longboard em 2007 e 2016. O atleta da elite mundial tem o esporte em sua genética: é filho do medalhista olímpico de vôlei Bernard Rajzman, atual membro do membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), e da ex-patinadora profissional Michelle Wollens. Rajzman é também empresário, produz suas próprias pranchas, já teve um programa de TV, participou de filmes e comanda projetos sociais no Rio de Janeiro. Tudo o que produz está relacionado ao esporte, bem-estar e ao lifestyle que o surfe proporciona. Rajzman protagonizou o filme Surf Adventures I e II (2002 / 2008), apresentou o programa ‘9 Pés’, no Canal Off (2014 a 2017); e idealizou e coordena, com sua esposa Julli, o Projeto Respirar, que oferece aulas de surfe, entre outras atividades, para crianças de baixa renda das comunidades do Rio de Janeiro. Também é padrinho do projeto Surf no Alemão, idealizado pelo surfista Wellington Cardoso, que transforma a realidade de dezenas de meninos e meninas desde 2011. Rajzman começou a pegar onda aos três anos de idade. Desde cedo foi reconhecido como uma das maiores promessas do surfe do país, tanto que, aos 13, conquistou seu primeiro pódio entre veteranos: 3º lugar no Circuito Nacional, categoria Iniciante. Aos 15 anos já era figura conhecida no mundo do surfe, impressionando com grandes performances em ondas gigantes no Havaí. Em seguida, começou a colecionar títulos. Atualmente mora em Búzios (RJ).
Fotos Thiago Diz/WSL