O retorno do Botafogo à elite do futebol brasileiro passa muito pelo trabalho do treinador Enderson Moreira. Claro que a diretoria do clube também tem méritos. Primeiro, por ter montado um time dentro da realidade financeira alvinegra, sem cometer nenhum tipo de loucura e, principalmente, por ter tomado a iniciativa de mudar o comando técnico no momento certo. Afinal, apesar de Marcelo Chamusca ser, reconhecidamente, um especialista em divisões de acesso do futebol brasileiro, não conseguiu dar ao Botafogo a consistência necessária, um padrão tático convincente e eficaz. Assim, em meio a tantas cobranças dos torcedores, a diretoria saiu em busca de um outro comandante.
As informações davam conta de que o preferido era Lisca, que acabou dizendo não aos dirigentes alvinegros. Então, o clube acertou com Enderson Moreira. Visto, no início, com desconfiança por uma parte da torcida e até da imprensa, o treinador promoveu mudança total no elenco, inclusive, no astral. A efetivação de Joel Carli, como titular na zaga, ao lado de Kanu, jogador cobiçado por muitos clubes, deu mais segurança à defesa, o meio campo tornou-se menos burocrático e mais produtivo, enquanto o ataque, aproveitando a qualidade de Rafael Navarro se transformou no melhor da Série B. Mas, não parou por aí.
Procurando extrair o melhor de cada atleta, Enderson Moreira montou um bom time no aspecto coletivo e, com isso, foi além do objetivo de voltar ao primeiro nível do futebol brasileiro, levou ao título de campeão da Série B, competição que reuniu campeões da elite como Cruzeiro, Vasco, Coritiba e Guarani. Enfim, não dá para saber se Lisca faria melhor, mas, dá para dizer que Enderson Moreira fez o seu melhor: foi da desconfiança ao título!