Não poderia terminar esse ano sem falar da minha profissão, não é mesmo? Museólogo, o que seria isso? Seria algo relacionado à música? Museu? Por que alguém escolheria isso?
Muitas questões que nem mesmo nós museólogos sabemos responder. Muitos caem de paraquedas no curso, pois passaram para o vestibular e no decorrer do curso acabam amando. Outros saem odiando porque imaginavam o glamour de trabalhar no Museu do Louvre ou em algum outro Museu, dentre outros vários motivos.
Profissão pouco conhecida, o Museólogo é guardião das peças ou o guardião do tempo, aquele que cuida das fontes primárias de informação, a pouca fama que tem é de ser uma pessoa difícil, ou aquele que sempre fala que ‘Não pode tocar nos objetos’… Primo do bibliotecário e do arquivista, assim como o Museólogo,todos esses profissionais vêm da Ciência da Informação, e é por isso que técnicas, normas e códigos de éticas são levados tão a sério, coisa fora de moda com um mundo cheio de ‘fakenews’. Não é à toa que quem trabalhe com fontes de informação seja cada vez mais apagado, não é mesmo?
O Museólogo pode trabalhar em Museus, Centros de Memória, em Exposições de pequeno e grande porte, de longa ou curta duração, com coleções particulares, pode realizar visitas guiadas dentre outras possibilidades não listadas aqui; o principal da profissão é guardar o acervo com todo cuidado e fazer com que o visitante tenha uma boa experiência; além de guardar, o profissional limpa, higieniza, faz a documentação, pesquisa, organiza por material, por tema, sistematiza, salvaguarda cada peça com o seu respectivo estojinho como se fosse uma Joia, e de fato é, pois cada peça conta a sua história e a história da sua época, de seu dono e de quem a criou.
Para mim a Museologia ensinou a olhar e ver de forma diferente, e é através desse olhar misturado com um pouco de passado que consigo ver melhor o presente, e somado ao exercício de escrever para esta coluna, me fez pesquisar cada vez mais, e pensar que na Museologia a pesquisa é ato permanente.
E através da Exposição do Centro de Memória Municipal de Araruama, obtenho minha inspiração, sempre pensando o que mais eu poderia escrever? Venho escrevendo sobre transporte, e fecho hoje o assunto com uma novidade! Na Exposição citada, existe a imagem de um carro de luxo, certamente um dos primeiros carros que passou por Araruama, o segundo carro que pertenceu ao Sr. José Maria Castanho, porém no documento o modelo aparece como ‘Limousine’, de fabricação da Ford. Mas a Ford fabricou Limousine? Não, nas minhas pesquisas pude descobrir que na verdade o modelo chama-se ‘Slantback’, um modelo não muito comum quanto o famoso Fusca, porém tão belo quanto qualquer carro de luxo. O que impressiona é que no próprio documento do carro tal informação esteja errada.
Erros à parte, e muito além das profissões da Mulher Maravilha e TawkyTwany (ambos personagens de quadrinhos, com a profissão curador ou museólogo em comum), o Museólogo em seu ambiente de trabalho garante a salvaguarda do acervo, claro que para sua eficiência a estrutura, orçamento e interesse político contam muito, assim como em qualquer profissão. Não é à toa que quando viajamos queremos visitar um Museu, mas porque não conseguimos essa importância no Brasil?
Deixo aqui minha pequena Homenagem aos meus colegas de profissão, neste dia 18 de dezembro, que comemoramos o Dia do Museólogo, principalmente pelas dificuldades que enfrentamos dia a dia.
O crédito da Imagem sempre do Artista Clóvis Brasil, que retrata o Ford T, para ver a imagem do Ford SlantBack eu convido a você a fazer uma visita à Exposição do Centro de Memória.
Boas festas e até à próxima!