Coluna Nutrição: Como a Nutrição implica na Endometriose?

A endometriose é uma doença inflamatória crônica multifatorial que afeta principalmente mulheres em idade fértil, sendo caracterizada pelo crescimento extrauterino de glândulas endometriais, podendo atingir diversas partes do corpo como trompas, bexiga, intestino, ureteres e, em casos mais raros, o Sistema Nervoso Central (Bellelis,et.al., 2014).


A endometriose afeta cerca de 190 milhões de meninas e mulheres em idade fértil no mundo (Zondervan,et al., 2020). No Brasil, a prevalência é de 10% em mulheres com idade entre 25 a 35 anos (Anvisa, 2014). Por ser uma doença com grande normalização dos sintomas pela população e por grande parte dos profissionais de saúde, visto que o conhecimento a respeito da doença ainda é limitado, o diagnóstico e o tratamento precoce acabam sendo postergados. Sendo assim, o tratamento multiprofissional se mostra ainda mais relevante no manejo da doença, tendo a Nutrição um importante papel como coadjuvante nesse processo.

Por ser uma doença de caráter inflamatório, a qualidade da alimentação da mulher com endometriose é fundamental para o controle dos sintomas, tratamento e prognóstico da doença. Uma alimentação baseada em compostos antioxidantes, como vitamina C, vitamina E, vitamina D e ômega-3, têm mostrado bons resultados na diminuição da dor pélvica além de redução dos marcadores inflamatórios. (Santanam,et al., 2012). Em contraponto, o elevado consumo de carnes vermelhas mostrou aumentar os níveis de estradiol e, consequentemente, de inflamação levando então a um maior risco de desenvolvimento.

A presença de gordura trans, encontrada em alimentos ultraprocessados, e gordura saturada, presente nas carnes vermelhas, embutidos e alimentos ultraprocessados leva ao agravo das dores e da evolução da doença uma vez que essas gorduras, quando consumidas em excesso, apresentam o poder de elevar o estresse oxidativo e, consequentemente, a inflamação no organismo. (Halpern,et al., 2015; Yamamoto,et al., 2018). Contrapondo, o consumo de frutas, legumes e verduras de forma variada, evitando aqueles que causem sintomatologias gastrointestinais, apresentam um fator protetor assim como o consumo de laticínios baixos em gordura.

É possível observar também que as vitaminas, como vitamina A, vitamina E e vitamina D, e os minerais, como o selênio, quando consumidos de forma adequada e individualizada, apresentam benefícios por serem antioxidantes e melhoram a inflamação como um todo, além de diminuírem a sintomatologia e influenciarem na fertilidade.

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