PATRIMÔNIO NA COZINHA: ramo de customização de geladeiras cresce na Pandemia e eletrodoméstico pode chegar a R$42 mil

Sabe aquele eletrodoméstico básico que toda casa tem? As geladeiras passaram por diversas transformações pelas décadas e acompanharam a evolução tecnológica com a criação de novas funções.

Mas, apesar de todos os avanços, nas mãos certas, até aquele modelo mais velhinho, que alguns pensam que nem ter mais serventia podem virar um verdadeiro patrimônio.

Luiz Roberto “Pepper”, de 63 anos, é figura conhecida de Araruama. Ele é tudo que vocês podem imaginar: de professor até mágico, passando por empresário. Porém, é na customização de geladeiras que ele se garante.

“Na realidade, foi um hobby que virou trabalho. Comecei a colecionar as geladeiras. Achava uma diferente e comprava e ia guardando. Algumas, eu ia separando. Um dia, um amigo meu cismou de comprar. Aí eu vendi. Depois, um ex-prefeito da cidade também insistiu em comprar uma geladeira, uma adega, me ofereceu um dinheiro bom e eu vendi”, contou o empresário.

A partir daí, Luiz diminuiu o trabalho na empresa de refrigeração para concentrar esforços em fazer da restauração de geladeiras sua atividade principal.

Mas como essa paixão pelo eletrodoméstico começou? O empresário contou que, há cerca de 40 anos, quando se casou, comprou uma geladeira usada. Na época, Luiz atuava como professor. Em um momento de dificuldade financeira, teve que vender a geladeira.

“Depois, a gente foi se levantando. Um dia, eu fui ao ferro velho comprar uma tampa de algum negócio e vi uma geladeira encostada, que lembrava muito a minha antiga. Quando eu abri, eu vi que tinha um quebradinho e reconheci que era a mesma geladeira que eu havia vendido. Ai eu comprei e restaurei. Eu tenho ela ainda, inclusive”, relatou Luiz.

“Depois, o cara do ferro velho recebeu outra geladeira velha, me ligou e eu comprei. E foi assim que tudo começou há mais de 38 anos”, concluiu o empresário.

A Pandemia da COVID-19 e as medidas de isolamento social tiveram um impacto positivo em negócios de customização, como o do seu Luiz.

“[O negócio] triplicou. As pessoas ficaram em casa, não podiam sair, se divertir. Quem tinha dinheiro começou a procurar ocupação. Ai quem tinha uma geladeira, um fogão, foi atrás do serviço de reparação”, analisou Pepper.

O preço de uma geladeira pronta varia. Em média, de acordo com o empresário, o eletrodoméstico sai por R$7,5 mil. A mais cara vendida por ele foi feita em madeira e custou ao bolso do comprador R$42 mil.

O segredo para se manter no negócio ao longo de mais de três décadas é, segundo Luiz, fazer direito, ser criativo e saber vender. “Eu sou vendedor, então…”, disse o empresário.

Anualmente, Luiz organiza um evento onde expõe no que está trabalhando, mostra algumas geladeiras raras ou curiosas no galpão onde ele trabalha mesmo, em Araruama. A exibição também já foi realizada em lugares como Praia Seca, distrito de Araruama, no Porto da Barra, em Búzios, e em Cabo Frio.

As exposições, com música ambiente e recepção das pessoas, são um dos lugares onde o empresário chega a realizar algumas vendas. Porém, por conta da Pandemia, as exposições não têm sido realizadas.

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