Sábado é aquele dia da semana que o araruamense calça seu chinelo, veste aquela roupa bem despojada e vai tomar aquele caldo de cana acompanhado de um pastelzinho lá na feira, realizada sempre nas manhãs sabatinas ali na rua Lamas Rabelos com a Gomes de Matos, entre os bairros Parque Mataruna e Centro.
O local tem de tudo: frutas, verduras, carne, ervas, roupas, eletrônicos. O Portal Costa do Sol visitou a feira livre no sábado (17) e a turma logo disse o que a leva a frequentar o local: a variedade e o frescor. A oportunidade de comprar o produto direto de quem faz, fresquinho, do campo direto para a mesa do consumidor.
Inclusive, é nessa travessia pelas barracas montadas pelos feirantes que se pode ver o primeiro desafio de frequentar a feira: o espaço. Por conta do número de barracas, colocadas dos dois lados das ruas, caminhar pela feira em dias movimentados pode não ser lá das coisas mais agradáveis.
Outro problema aparente é que os moradores do local têm a via de acessos a seus domicílios fechados. A demanda é antiga de quem mora por ali, mas não chega a tirar a paz e o sossego deles.
“A gente até se assusta. Chega de noite, não tem nada. Quando acorda de manhã, tudo montado. Depois que a feira acaba, eles deixam tudo limpinho. Não fazem barulho, não me incomodam em nada”, disse uma moradora dos entornos da feira, que elogiou a organização do mercado aberto.
Ao lado da feira
Quase que um puxadinho da feira, ao lado existe um espaço destinado especificamente ao produtor rural. Por lá, houve reforma recente. Os feirantes, majoritariamente, do distrito de São Vicente de Paulo não fazem queixas à administração do espaço, que é feita pela Prefeitura. Segundo eles, são sempre muito bem atendidos pela equipe do secretário de Ambiente, Agricultura, Abastecimento e Pesca, Cláudio Barreto.
Contudo, a situação é completamente diferente em outro espaço da Prefeitura que fica no local, o Mercado Municipal Prefeito Adherbal de A. Soares. Logo na entrada, as goteiras no forro de PVC são evidentes. A estrutura também não é das mais convidativas e a impressão que fica é de abandono.
Sob a condição de anonimato, ocupantes dos boxes do Mercado Municipal conversaram com a reportagem. No local, famoso por suas peixarias, segundo eles, sequer há administração. São os próprios lojistas que abrem e fecham o espaço, diariamente, e fazem vaquinhas para custear a manutenção do espaço.
De acordo com um dos relatos ouvidos pelo Portal, nem água tem nos banheiros do Mercado Municipal e, desde que foi reformado, há quase 10 anos, tudo que se tem é expectativas de que o Mercado volte a ser olhado pelo município.
No começo da década passada, foi feito um plano para reformular a feira e o Mercado Municipal. Nessa seara, foi coberto o Canal do Peixe, para o qual a feira livre deveria ser transferida e desobstruiria as ruas ocupadas, atualmente, pelo mercado aberto.
Outra ideia era transformar o andar superior do Mercado Municipal em um ou vários restaurantes, com o objetivo de fazer a cidade ganhar um novo ponto turístico e, quem sabe, até um cartão de visitas. No entanto, nenhuma das ideias avançou muito.
A reportagem questionou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Araruama sobre quem é o responsável pela feira e Mercado Municipal de Araruama, como eles são administrados, se existe alguma movimentação para concretizar as soluções pensadas para os locais e se a Prefeitura tem algum projeto em curso ou em planejamento para mudar algo na feira. No entanto, não tivemos resposta.
O secretário de Ambiente, Agricultura, Abastecimento e Pesca, Cláudio Barreto, também foi questionado e até aceitou a falar sobre o assunto, mas parou de responder os contatos feitos antes de ser entrevistado.