Esta semana assistimos o Presidente Jair Bolsonaro ser adjetivado pelo influenciador Wilker Leão de “tchuchuca do centrão” e assistimos a entrevista do atual Presidente da República ao Jornal Nacional e dentre as inúmeras pautas abordadas pelos jornalistas, uma das mais polêmicas foi a do tema “centrão”. Mas o que seria o “centrão”!??
O termo “centrão” não é novo. Ele foi usado para designar os parlamentares que formavam maioria na Assembleia Constituinte que deu origem à atual Constituição, em 1988. Porém, a palavra passou a ser usada novamente para dar nome a algo totalmente diferente.
O Centrão atual passou a ter destaque a partir de 2014, quando, sob o comando de Eduardo Cunha (MDB-RJ), atuou para elegê-lo presidente da Câmara dos Deputados.
Ele é, basicamente, um grupo formado por 170 a 220 deputados (segundo as estimativas) de diferentes partidos, que se unem para conseguir maior influência no parlamento e defender, de modo conjunto, seus interesses.
Atualmente, ele é formado por parlamentares do PP, Republicanos, Solidariedade, e PTB. Este seria o “Centrão oficial”, mas, em certos momentos, são somados o PSD, MDB, DEM, PROS, PSC, Avante e Patriota.
A maior parte dessas legendas não tem uma atuação ideológica clara (apesar de serem classificadas como de centro e centro-direita em muitas ocasiões) e estão dispostas a negociar apoio ao Executivo em troca de cargos na administração pública.
Por conta disso, o Centrão é associado por muitos à “velha política” e ao fisiologismo – ou seja, a atuação visando ganhos dos partidos e dos políticos, independentemente de ideologias e do interesse público.
O Centrão voltou aos holofotes nos últimos meses por conta da aproximação com o governo de Jair Bolsonaro. Sem base formal no Congresso, o presidente passou a negociar com o grupo em troca de apoio para aprovação de medidas e para diminuir as chances de ser vítima de um processo de impeachment.
Gabriela Monteiro