O ‘novo normal’ já começou

Os tempos de pandemia do novo coronavírus e o fechamento do comércio levaram diversos empreendedores a ter que encontrar outras formas para divulgar seus produtos e serviços e vender. Se antes as plataformas digitais eram vistas, muitas vezes, apenas como uma vitrine para divulgação, agora se tornaram o principal ponto de venda. E essa mudança não é pouca coisa: o mercado digital vai evoluir cinco anos em cinco meses.

Claro, assim como quem chega primeiro bebe água limpa, aqueles empreendedores que já tinham a internet como principal plataforma de marketing e vendas levaram vantagem ante aqueles que tiveram que se adaptar durante a pandemia.

Lojas virtuais, marketplaces, Facebook, Instagram, Google, Whatsapp, Linkedin, Twitter e até mesmo o Tik Tok deixaram de ser, de uma hora para outra, meras extensões das lojas físicas e se tornaram preponderantes para a permanência das empresas no mercado. Aquele empresário que já não gostava antes ou fazia por obrigação, teve que aprender a gostar e a digitalizar sua empresa por questão de sobrevivência. E é um caminho sem volta!

Notícias recentes publicadas em sites sobre tecnologia e negócios mostram que o Instagram viu as lives crescerem 70% em março, no auge da segunda onda da pandemia, tanto em transmissões quanto em audiência. Pesquisa realizada por uma plataforma, feita com os 50 maiores perfis de marcas no mundo, aponta um aumento na audiência global 28% maior no Instagram em relação ao Facebook (que também teve um aumento de acessos durante a pandemia).

Outra empresa de consultoria coletou dados de mais de 25 mil pessoas em 30 países, também em março, e concluiu que o uso do WhatsApp cresceu até 76% por conta do fechamento do comércio nos países que, naquele período, tinham mais vítimas da doença, como era o caso da Espanha. Juntos, Instagram e Facebook tiveram crescimento de 40% nesses países.

Já o estudo Benchmark Snapshot, com mais de 23 mil empresas em todo o mundo, aponta que houve um aumento de 101% no uso do WhatsApp no atendimento a clientes, seguido por aplicações de chat (+34%) nos sites, SMS/texto (+30%), mídias sociais (+20%) e Twitter/FB direct message (+15%) nos primeiros cinco meses do ano.

O Tik Tok é um caso à parte. O aplicativo saltou de cerca de 200 milhões de downloads no último trimestre de 2019 para 315 milhões no primeiro trimestre deste ano, chegando a mais de 2 bilhões de downloads no total, isso sem contar os downloads realizados por meio de sites de terceiros. Até o moribundo Snapchat voltou a ser mais instalado nos smartphones de todo o mundo.

No final dos anos 90 Bill Gates já afirmava que “em alguns anos vão existir dois tipos de empresas: as que fazem negócios pela internet e as que estão fora dos negócios”. Esse tempo chegou e aquelas empresas que não se adaptaram por amor terão que se adaptar pela dor. Para essas empresas, o mundo pós-pandemia, o “novo normal”, começou em março de 2020. O quão atrasada (ou adiantada) sua empresa está nesse cenário?

Marcelo Sander
Jornalista, especialista em Marketing, mestrando em Educação Tecnológica, professor de Marketing Digital na graduação e pós-graduação. Assessor de Comunicação na Prefeitura de Sete Lagoas (MG), com experiência em comunicação pública, já tendo atuado em agências digitais, Governo de Minas e veículos de imprensa. Apresentador da esquete diária “Conexão Digital” na rádio 93FM. É palestrante e idealizador do Seminário de Marketing Digital de Sete Lagoas, co-fundador do ecossistema local de startups Santa Helena Valley e também editor do blog Mercado Web Minas.

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