O ex-vereador pelo Rio e ex-policial civil, Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, foi morto a tiros na tarde desta quinta-feira(4), quando passava de carro pela Estrada Guandu do Sapê, em Campo Grande, zona oeste do Rio.
Os autores dos disparos foram três homens que desceram de um carro branco. Ao volante, ficou outro homem, que deu cobertura à ação.
Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que Jerônimo Guimarães Filho foi atingido por disparos de arma de fogo na Estrada Guandu Sapé, em Campo Grande. “A vítima foi socorrida ao Hospital Oeste D’Or, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.”
O policiamento foi intensificado na região do crime e em diversos pontos da zona oeste da cidade, reduto eleitoral do ex-vereador.
Jerominho estava acompanhado de um homem, que também ficou ferido, foi socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Municipal Rocha Faria, no mesmo bairro. Segundo a secretaria de Saúde, o estado de saúde dele é grave.
O homem foi identificado como Maurício Raul Atallah. Segundo os bombeiros, Maurício é empresário e tem cerca de 80 anos.
Jerominho foi morto com dois tiros de fuzil, um na perna e outro no tórax. Ele ainda chegou a ser levado para o Hospital Oeste D’Or, mas não resistiu aos ferimentos provocados pelos tiros.
Ação
O ex-vereador tinha acabado de estacionar seu carro em frente ao centro social que mantinha na Estrada Guandu Sapê. As câmeras de segurança instaladas na região mostram como tudo aconteceu.
O empresário já tinha descido do carro, do lado do carona, e esperava por Jerominho, que estava fechando o veículo.
Ao sair do carro, de bermuda e chinelo, e com uma sacola na mão, o ex-vereador foi surpreendido por três homens vestidos de preto, camisas de manga comprida e de boné para dificultar a identificação. Os três saíram de um carro branco, disparando tiros de fuzil.
Jerominho foi atingido e caiu. O empresário também.
A ação durou menos de 1 minuto. O quarto homem, que dava cobertura à ação, ficou ao volante do carro usado para transportar os assassinos.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação ficará a cargo da Delegacia de Homicídios da Capital. Os agentes estão em diligências para identificar os autores do crime. No local, peritos da especializada encontraram 13 cápsulas de armas de grosso calibre.
O ex-vereador levou dois tiros: um na perna e outro no tórax e foi levado até o hospital por pessoas que estavam no local.
Policiais da Delegacia de Campo Grande já foram deslocados para apurar a ocorrência.
Milícia
Jerominho e o irmão Natalino Guimarães, que foi deputado estadual e também policial civil, ficaram presos entre 2007 e 2018 e são apontados como fundadores da primeira milícia do Rio de Janeiro, a Liga da Justiça, criada na zona oeste.
O símbolo da milícia é um morcego, e as casas que tinham a figura na frente do imóvel recebiam proteção do grupo paramilitar.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo atua na zona oeste e é acusado de homicídios, extorsões e comércio irregular na venda de água e botijões de gás.
Em dezembro do ano passado, Jerominho foi novamente preso durante operação da Polícia Civil, acusado de ser responsável por extorsões sofridas por motoristas de transporte alternativo em Campo Grande.
A prisão, no entanto, foi revogada uma semana depois, porque a sentença foi expedida em relação ao mesmo processo em que ele já havia cumprido pena em presídio federal, junto com o irmão Natalino.
A Liga da Justiça é a maior e mais conhecida facção de milicianos do Rio de Janeiro. O nome é uma referência a um grupo de super-heróis de revistas em quadrinhos. O símbolo do grupo é o escudo de outro personagem dos quadrinhos, Batman.
De acordo com a polícia, além dos irmãos Jerominho e Natalino, o genro do ex-vereador, conhecido pelo apelido de Batman, participou da criação da Liga da Justiça.
*com informações da Agência Brasil.