Em uma sexta-feira como esta, há exatos 22 anos, no Rio de Janeiro, dona Edia e Luiz Pitta viram nascer a filha Luiza. Desde neném imersa na agenda do pai, que toca em bares em Araruama, a música foi natural para a jovem, sempre fez parte da vida dela.
A primeira vez no palco, aos 14 anos, foi no susto. O pai cantava com o irmão dela, Felipe Pitta, mas ele ficou sem voz e recorreu à tímida Luiza para cobri-lo.
“Eu disse que era impossível cantar com público, mas ele insistiu e disse que precisava de mim, então resolvi arriscar e fui. A primeira música que eu cantei foi “Que Sorte a Nossa”, lembro que quando ele me chamou no palco, eu fui, sentei, fechei os olhos e cantei”, revelou a cantora em entrevista ao Portal Costa do Sol.
“Quando eu acabei de cantar, vi todo mundo me olhando e aplaudindo e desde aquele dia eu percebi que era isso que eu queria pra mim, é o que me faz feliz até hoje”, concluiu Pitta.
De 2014 para cá, Luiza seguiu os passos do pai e sente as delícias – e dores – de fazer música no interior de um Estado.
“Aqui na cidade, eu vejo pouquíssimas oportunidades de crescimento, sabe? Além de ter casas que tem meio que suas preferências e acabam nem te dando uma oportunidade de mostrar o seu trabalho. É muita gente com o mesmo objetivo, acaba não tendo espaço pra todos”, pontuou Luiza.
Mas o que faz a cabeça de Luiza? Musical desde a infância, a cantora se considera eclética, escuta de tudo, mas o amor dela é o sertanejo. As maiores influências, segundo ela, são Luan Santana e Marília Mendonça. Vítima de uma tragédia no fatídico 05 de novembro, a “Rainha da Sofrência” foi eternizada na pele de Luiza.
“Desde quando a Marília surgiu, eu a peguei como uma inspiração. Não só pra cantar, mas também nas composições. Ela veio e deixou um legado enorme, mostrou que a mulher também pode ser o que ela quiser. Ela mostrou que não tem problema em sofrer de amor, não tem problema a mulher beber num boteco. Eu nunca vou deixar de admirar a mulher que ela foi. Pra mim, vai continuar sendo sempre inspiração”, afirmou Pitta.
Além de músicas de outros artistas, Luiza é compositora. A necessidade dela de se expressar, de falar o que sente por meio da música, começou a se manifestar junto com a vida nos palcos, em 2014.
“Eu fazia paródias de algumas músicas e dali eu comecei a escrever e criar ritmos na minha cabeça. Eu sou muito sentimental, coração mole. Assim, quem nunca sofreu de amor, né? O amor me inspira demais. Todas as minhas músicas falam de amor”, confidenciou Luiza.
A base de Luiza para a carreira não tinha como ser outra: a família. A musicista encontra nos pais e no irmão apoio e inspiração.
“Minha família me apoia demais na música. Meu pai e meu irmão estão sempre me dando conselhos, me ajudando. Minha mãe não é da música, mas faz maior propaganda, sabe? Meu pai está sempre comigo. Meu irmão, por cantar, não pode estar nos meus shows, mas minha mãe está em todos, me dando apoio. É muito bom sentir essa firmeza neles”, declarou a cantora.
A música percorre gerações e, inspirada no pai, Luiza agora inspira o afilhado. Luiz Eduardo, o Dudu, tem apenas cinco anos e já arrisca os primeiros passos na música.
Sobre futuro, Pitta não revelou muito, mas afirmou que vem coisa boa por aí: “Estou com grandes projetos, está tudo correndo conforme o esperado. Ainda não posso contar muita coisa, mas digo que é algo muito bacana e muito especial”, confidenciou.