Araruamense de nascimento, Luciane de Castro Raposo tem formação na área pedagógica e, no momento, faz uma graduação em História. Apesar da pouca idade, Luciane já publicou 4 livros, 3 na área de Ficção e o último denominado “Descer a Montanha”, um ‘experimento literário’, como ela diz.
“Luciane tem origem no Latim Lux, que significa Luz. E isso é bastante emblemático no legado pessoal que estou construindo”, diz ela.
Segundo Luciane seu recém lançado livro “Descer a Montanha”, foi escrito através de pequenos posts.
– Sou católica atuante e formadora em Bíblia e Catequese. E não compreendo a fé desvinculada da vida em sociedade. Assim, este é um livro que parte da perícope da Transfiguração para debater a presença humana no mundo, o propósito e o compromisso de quem acredita em Deus e precisa ser presença atuante do Bem. Uma obra que estabelece um diálogo com o leitor – católico ou não – para refletir sobre o papel do ser humano no mundo atual e como lidar com a sociedade do “cansaço “. Ele tem recebido acolhida calorosa mesmo entre ateus e a primeira impressão está praticamente esgotada, comemora a escritora.
‘A imagem do escritor boêmio e bêbado, que usa drogas para escrever alucinadamente e tem uma vida errática está bastante ultrapassada’
Luciane Raposo publicou, ainda três outros livros de Ficção. São eles: ‘Enigma em Petrópolis’, ‘O Segredo da Esfinge’ e ‘O Mistério do Parque Hotel’.
-Estão no gênero Mistério, mas não Triller. Há um movimento de retorno à histórias no estilo Agatha Christie – menos sangue e mais desafio mental. São quebra-cabeças mentais que misturam Mistério, Humor, Arqueologia e História. Uma forma de ensinar História de modo mais leve e descontraído. O próximo volume desse gênero está sendo revisado para futura edição, diz ela.
Indagada sobre o gosto pela leitura, Luciane Raposo diz que possui Inteligência Linguística e Interpessoal, de acordo com a Teoria de Gardner*.
“Isso me torna propensa à leitura e à reflexão. Sempre gostei de histórias e narrativas e minha mãe e meu avô paterno muito contribuíram para isso. Hoje meu raciocínio é constituído de Pensamento Reflexivo predominantemente”.
‘Um livro é uma casa, construída tijolo a tijolo com talento, dedicação e amor à Literatura, para a qual se convida o leitor a visitar no ato de publicação’
Sobre as primeiras leituras, Luciane conta que as favoritas foram os livros da série Vaga-lume, que prestou grande auxílio para a formação de leitores por décadas.
“O primeiro livro mais expressivo que li de modo totalmente independente foi ‘O caso da borboleta Atiria’, de Lúcia Machado de Almeida, uma excelente autora brasileira. Eu tinha sete para oito anos e ainda guardo a recordação da noite em que concluí a leitura e das imagens construídas em minha memória. Anos depois Monteiro Lobato, Machado de Assis e Marcos Rey foram indispensáveis para a minha construção como leitora e escritora, assim como Jane Austen”, pontua a escritora.
Desafio edição de produções literárias no Brasil?
“Sim, é bastante desafiador publicar no Brasil. Há um movimento de “linhas políticas” nas grandes editoras, que privilegiam os livros da moda; ou seja, a temática da hora. Infelizmente, estes não costumam se eternizar como Literatura”, diz.
“Mas não sou adepta de paralisar diante de dificuldades. O pensamento reflexivo leva ao estratégico e constrói formas de realizar projetos. Tenho dois livros publicados pela Multifoco e dois publicados pela Foco Letras, que faz um trabalho mais artístico e personalizado e tem recebido minha preferência. Cesar Mattos é o responsável pela Foco Letras e tem trabalhado de modo muito bacana, valorizando inclusive as ilustrações dos últimos livros, realizadas por Denise de Castro Raposo Pessôa de Moraes”, explicou.
‘Escritores estão sempre tendo novas ideias’
Para uma escritora ativa e cheia de ideias como a Luciane Raposo, os novos projetos estão sempre surgindo.
– Há um livro sendo revisado, que deve sair no próximo semestre e outros dois projetos para realizar. Mas, para realizar os projetos é preciso organizar tempos de pesquisa, cotejamento de informações, escrita criativa e revisão. Escrever não é algo producente quando se escreve apenas quando a musa inspiração se manifesta. O autor de verdade escreve com frequência, mantendo vivos seus personagens, criando cronogramas de ações que, provavelmente, poderão ser mudados, mas que já servem como norte. Sonhar não garante a realização dos sonhos. Trabalhar é indispensável e o trabalho criativo também precisa de disciplina e constância. O super poder da Inteligência e do Coração aplicado ao fazer um pouco todos os dias, concluiu.
*Denomina-se inteligências múltiplas à teoria desenvolvida a partir da década de 1980 por uma equipe de investigadores da Universidade de Harvard, liderada pelo psicólogo Howard Gardner, buscando analisar e descrever melhor o conceito de inteligência. Wikipédia)
Por Renata Castanho
@ludecastroraposo
Facebook: Luciane de Castro Raposo