O tema da coluna de hoje não seria sobre este assunto, mas diante do ocorrido me sinto mais do que na obrigação de escrever sobre isso.
Saiu nos jornais o posicionamento de uma deputada estadual, acerca de uma lei que prevê a inclusão de Educação Financeira nas escolas do Rio Grande do Sul. Confesso que não me aprofundei na lei em si, pois acredito que nem é necessário para discordar com veemência da fala desta deputada.
A fala da deputada a respeito da proposta de um projeto de lei, foi a seguinte “Ridículo, porque o problema das finanças das famílias cujos filhos estudam em escola pública não é de educação financeira, é de falta de dinheiro. O salário das pessoas não chega até o final do mês, então elas são obrigadas a se endividar para sobreviver, para comprar um botijão de gás, para comprar o arroz e o feijão”.
Não consigo imaginar uma pessoa em plena faculdade mental ser contra um projeto de lei que visa incluir Educação Financeira nas escolas.
Passamos anos na escola e estudamos de tudo, exceto Educação Financeira. Saímos da escola sem saber princípios básicos de finanças, sem saber nem mesmo o funcionamento dos bancos, o que são os juros cobrados e coisas que influenciam nossas vidas, principalmente a vida dos mais pobres. E ao sair da escola passamos o restante da vida fazendo nosso melhor para ganhar dinheiro. Então é praticamente inimaginável alguém ser contra o ensino da Educação Financeira.
Ao contrário do que se imagina, Educação Financeira não é SÓ para rico, é muito mais para o pobre mesmo. Porque é o mais pobre que pedirá empréstimos não para investir, mas para pagar as contas, fazer suas compras e manter minimamente sua vida financeira um pouco mais organizada.
Não é surpresa que a maioria de nós têm sérios problemas financeiros. Que tipo de desconexão permite desprezarmos esse tema tão importante sob a perspectiva educacional? Como esperamos que alguém aprenda qualquer coisa sobre finanças se não o ensinamos? Por que, quando se trata de dinheiro, espera-se que entendamos tudo sozinhos.
É verdade que a educação financeira não é a solução final e absoluta para a pobreza, mas com certeza é um primeiro e grande passo. E porque não nos apressamos em dá-lo? É decepcionante, entristecedor e chega a ser revoltante ver que ainda somos tão atrasados de ter pessoas se opondo a iniciativas como esta.
Então, meus amigos, certo de que a Educação Financeira é para todos, e que sim, deveria ser ministrada como disciplina na educação básica, continuarei aqui com meu trabalho de formiguinha, pois tenho certeza da importância disso para todos.
Até a próxima e bons investimentos.