Antes só observado em adultos, o aumento da obesidade, começa a ser cada vez mais observado em crianças. Dentre os determinantes para o estado nutricional, podemos citar mudanças no ambiente, que levam ao menor gasto energético devido a menores índices de atividade física na população e também ao consumo aumentado de alimentos processados com alta densidade calórica.
O comportamento sedentário, caracterizado por atividades como assistir televisão, usar computador e/ou jogar videogame, também conhecido como “tempo de tela”, está sendo influenciado pelo avanço das tecnologias na nova era digital, pela diminuição do espaço público para lazer e pelo aumento da violência.
O tempo de tela é considerado um importante indicador de sedentarismo e está associado ao consumo de alimentos hipercalóricos, pobre em nutrientes e ricos em sódio e açúcares, como os refrigerantes e o baixo consumo de frutas e verduras. Entre as crianças e os adolescentes, o tempo de tela é considerado como fator de risco importante para a saúde porque está associado com o desenvolvimento de obesidade e hábitos alimentares inadequados.
A Academia Americana de Pediatria lançou diretrizes que limitam o tempo de tela a, no máximo, 2 horas/dia para crianças a partir de 2 anos de idade. Considerando estas diretrizes, outros estudos de base populacional realizados no Brasil mostram média elevada de tempo de tela, excedendo facilmente este tempo em frente a TV.
Diante destas evidências, há uma necessidade de desenvolver estratégias e políticas públicas de redução do tempo sedentário, promoção da atividade física e de hábitos alimentares mais saudáveis em adolescentes, focando principalmente em ações realizadas em ambiente escolar.