Censo 2022: um novo descobrimento do Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o mais importante órgão gerador de estatística do país que serve de base para a formulação de políticas públicas e direcionamento de recursos.

O Censo Demográfico Brasileiro que é realizado a cada 10 anos (em anos pares), deveria ter sido feito em 2020, mas a pandemia foi um fator preponderante para o seu cancelamento.

Para saber mais sobre todo esse trabalhoso e eficiente processo de identificação de nossa população, o Portal Costa do Sol ouviu Rossana Patitucci Franco, gerente de Provimento e Acompanhamento de Recursos Humanos, responsável pelos processos seletivos para a contratação de servidores temporários para atuar no Censo em todo o Brasil.

– Estamos no 19º processo seletivo desde que começou este ano. Planejamos fazer o censo em 2021, porém o governo federal cortou parte expressiva do orçamento e a operação foi frustrada. Em 2022 a imagem do IBGE já estava desgastada com esses cancelamentos sucessivos, porque a gente realizava os processos seletivos, as pessoas se inscreviam e depois a direção dizia que não ia ter censo. E em muitos casos, principalmente nos estados da região sul do país, que é uma região de pleno emprego, além de Mato Grosso, também foi muito difícil preencher todas as vagas. Temos muitas desistências e à medida em que vão faltando profissionais, nós temos que realizar o processo seletivo complementar, explica Rossana.

O Censo Demográfico de contagem da população está presente em 5 mil e 570 municípios, além de subdivisões municipais e, pela primeira vez, identificando as comunidades quilombolas.

– Esses processos seletivos são imensos, porque eles cobrem todo o território nacional. Fizemos o maior dos processos seletivos para recenseador. Nós tivemos 183 mil vagas em todo o território nacional, inclusive nas comunidades indígenas e quilombolas.

Alguma inovação no Censo desse ano?

-Em comparação ao Censo Demográfico de 2010 foram muitas as inovações tecnológicas pelas quais o mundo passou e, certamente, isso se refletiu na operação censitária. A presença do IBGE nas redes sociais (Facebook, YouTube, Instagram, Twitter) deu uma visibilidade muito grande e foi muito positiva, diz Rossana.

Outra inovação no Censo deste ano foi a velocidade tecnológica de transmissão simultânea das informações colhidas pelos recenseadores, que utilizam um dispositivo móvel de coleta, onde toda a pesquisa é enviada diretamente para apuração no IBGE, com dados do entrevistado e da área em que reside.

– Também foi feita a inclusão no questionário do censo de questões relativas ao autismo, além dos quilombolas que é a primeira vez que o IBGE está ampliando seu espectro de atuação nos chamados povos tradicionais. Os índios já eram mapeados e agora a população quilombola também está sendo objeto de pesquisa específica, explica a gerente.

“O residente que não quiser receber o recenseador, pode responder o questionário pela internet, através de um código de acesso. Também temos o centro de apoio ao censo que faz as pesquisas por telefone”

Como tem sido a acolhida por parte da população aos recenseadores?

– De modo geral, tem sido muito positiva, porque o IBGE intensificou a divulgação prévia da pesquisa. Aqui no Rio de Janeiro, nos condomínios, o recenseador ou supervisor fazia um contato prévio com o síndico do prédio e avisava que seria feita a operação no período de agosto a outubro. Infelizmente a gente tem tido relatos de resistência de moradores que batem com a porta na cara do funcionário e alguns casos pontuais de agressão verbal ou até de assédio. Estamos apurando todos esses casos e as pessoas vão ser enquadradas nas penalidades previstas na legislação. Em sua grande maioria, a recepção tem sido boa por parte da população, tanto que os dados mostram que já estamos muito avançados em termos de número de percentual de pesquisas respondidas. A média está bem superior a cinquenta por cento, chegando em alguns casos a setenta por cento de domicílio já pesquisados, pondera Rossana.

Finalizando, Rossana Patitucci faz um apelo:

– É muito importante dizer, não só como gerente de RH do IBGE, mas como cidadã brasileira, da importância, da relevância de todos vocês, todos nós, recebermos bem o recenseador e prestarmos as informações com a maior correção possível, porque do resultado dessa pesquisa que vamos ter os subsídios para o estabelecimento de políticas públicas no Brasil, tanto na área da saúde quanto na educação, na educação especial, dados de gênero, escolaridade. É muito importante para a nação, por isso a nossa recomendação sempre é: Venham conosco. O censo é de todos nós, finaliza Rossana.

Rossana Patitucci Franco, gerente de Provimento e Acompanhamento de Recursos Humanos do IBGE

Instagram: @rossanapatitucci1 | @ibgeoficial

Site: www.ibge.gov.br

Por Renata Castanho

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