Ano de pessimismo: impacto da pandemia no comércio espanta expectativa por 2022

A Pandemia de COVID-19 que já ceifou a vida de mais de 600 mil brasileiros desde o começo de 2020 foi altamente prejudicial também ao comércio. As necessárias medidas sanitárias contrastaram com um importante declínio da economia.

Na Região dos Lagos do Rio de Janeiro não foi diferente. Quando se fala de empregos, por exemplo, no ano de 2020, primeiro da Pandemia, Cabo Frio teve 899 postos de trabalho perdidos. Cidade vizinha, Rio das Ostras teve ainda mais: saldo de 1.625 vagas de emprego fechadas.

Na outra ponta, Saquarema fechou aquele ano no azul, com 473 vagas de emprego criadas, uma das três melhores classificações do Estado, junto com Itaguaí e Maricá. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O saldo negativo que muitas cidades tiveram naquele ano reflete o cenário da queda brutal da atividade econômica. Entrando no 3º ano de Pandemia, em Cabo Frio, considerada a capital da Região, nem mesmo as vendas de fim de ano aliviaram a insegurança dos comerciantes.

“No Natal de 2021, tivemos um aumento de 10% em relação a 2020. Foi um resultado dentro do esperado, porém bem aquém do que se previa antes porque havia expectativa de retomada”, opinou o presidente da Associação Comercial, Industrial e Turística de Cabo Frio (ACIA), Renato Marins.

Em entrevista ao Portal Costa do Sol, o empresário do ramo de hotelaria e panificações rascunhou os efeitos da Pandemia na atividade comercial como um todo até o momento e fez um prognóstico não muito otimista para 2022.

“A Pandemia desestabilizou o mercado inteiro. Os países mais pobres são os que mais sofrem. No caso do Brasil, por exemplo, tem problema político que traz, entre outras coisas, aumento do dólar. Juntando com o aumento do petróleo, você cria uma grande insegurança no mercado”, afirmou Renato.

O empresário ainda comentou sobre o mercado informal, citando que o número de pessoas no país nessa condição passa de 20 milhões. Se cada um tem uma média de quatro ou cinco dependentes, na conta de Marins, são 100 milhões vivendo da economia informal.“Isso, para nossa sorte, porque o brasileiro é muito inventivo”, acrescentou o empresário.

Na Região dos Lagos, que tem uma economia muito pautada pelo turismo, outros fatores se somam à questão da COVID-19, na análise de Renato.

“Problema mundial trouxe um aumento de custo, inflação muito grande sem que os salários acompanhassem, para melhorar o poder aquisitivo. Além disso, teve aumento de pedágio e os turistas vêm de carro. Com isso, você tem um enfraquecimento da alta temporada. Soma à chuvas, tempestades, que estamos sujeitos, você vê o resultado”, argumentou Marins.

“A gente esperava que 2022 trouxesse um respiro, mas, pelo que estou vendo, não tivemos um bom Natal e não teremos um bom Verão. A gente não pode esperar muito”, sintetizou o presidente da ACIA.

Sobre proposta de intervenção, para um melhor fluxo da economia, o empresário sugeriu uma melhor política pública voltada para o turismo, mesmo em baixa temporada. Além disso, defendeu uma mudança da mentalidade da população e entre os empresários.

“Muita gente pensa que o papel do empresário é explorar. Não é nada disso. Temos que reconhecer o empreendedor como gerador e distribuidor de riqueza. Além disso, os empresários têm que se ajudar e é preciso, de acordo com as condições de cada um, manter, por exemplo, o quadro de funcionários, ‘chegar junto’ do empregado quando ele mais precisa”, concluiu Marins.

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