Foto: André Alves/ASCOM Hospital Roberto Chabo
Com estoque do banco de sangue abaixo de 20%, o Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, está em alerta. A unidade promoveu, em parceria com o HemoRio, uma coleta externa de sangue nesta sexta-feira (16) para tentar reverter a situação.
A meta era bater a arrecadação da última campanha do gênero na unidade, realizada em maio com 150 bolsas de sangue arrecadadas. Foram coletadas 80 bolsas, que, ainda sim, podem salvar a vida de cerca de 300 pessoas.
O diretor da unidade, Dr. Renato Corredeira, explicou a importância da doação de sangue para o hospital como o Roberto Chabo, que atende aos nove municípios da Baixada Litorânea (Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Casimiro de Abreu e Rio das Ostras).
“Nosso hospital é de grande fluxo, é um hospital de emergência. A importância de ter bolsas de sangue no estoque é para os pacientes que chegam graves, pós-traumatizados, o paciente que precisa fazer uma laparotomia”, disse o médico. “Isso [doação de sangue] salva vidas”, arrematou.
Administrado pelo Instituto Ideas em parceria com o Governo do Estado, o Hospital Estadual Roberto Chabo tem 83 leitos, sendo nove de tratamento intensivo, e conta com um ambulatório de pós-operatório.
No setor, os pacientes são reavaliados por neurocirurgião, cirurgião geral, cirurgião pediátrico, intensivista, cirurgião plástico, oftalmologista, bucomaxilofacial, cirurgião vascular e ortopedista.
Dr. Renato contou que a próxima ação de coleta externa do HemoRio na unidade deve ser realizada daqui cerca de três meses, que é o tempo para os doadores poderem novamente fazer a doação.
Após a coleta de sangue em campanhas como essa, o material é enviado para o HemoRio, devidamente testado, e é encaminhado de volta para as unidades de saúde.
Na fila para doação, além de moradores dos municípios atendidos pelo Hospital Estadual Roberto Chabo, estavam funcionários da unidade, policiais militares e soldados do Corpo de Bombeiros.
“Estas doações salvam vidas. Somente este ano, 847 bolsas de sangue foram usadas no hospital, uma média de 105 bolsas por mês”, detalhou o diretor do hospital, Renato Corredeira.
Doadores há décadas, os moradores de Araruama, Luiz Cláudio Vieira e Lúcio Alberto Vilela enfrentaram além do frio o atraso de mais de uma hora para o início da coleta para realizar a doação
“Eu parei de doar sangue, porque aqui não tem coleta, a não ser nessas ocasiões. Não tem condições de ir a Cabo Frio. Toda vez que tem aqui no Hospital, eu venho”, disse Lúcio, de 64 anos, que doa sangue há cerca de 30.
“A importância [de doar sangue] é de poder ajudar os terceiros, as pessoas que necessitam. Se a gente tem essa condição, por que não fazer isso sempre, né?”, pontuou Luiz Cláudio, de 61 anos, que já é doador há, pelo menos, 42.
*Por Luiz Felipe Rodrigues