No Brasil, o primeiro reality show foi lançado em 2000, pela MTV. Algum tempo depois a Rede Globo também investiu nesse tipo de entretenimento, e a primeira temporada de ‘No Limite’ foi lançada. O reality foi inspirado na versão sueca que já existia desde 1997.
Hoje, o Big Brother Brasil é o reality show que faz mais sucesso entre os brasileiros. O programa estreou em 2002 e os participantes anônimos ficavam confinados por três meses. A partir de 2020 a dinâmica mudou um pouco e celebridades também fazem parte do jogo. O prêmio, desde a décima edição, se mantém o mesmo: R$1,5 milhão.
Os reality shows se mantém muito em alta desde a estreia em solo brasileiro. Mas esse consumo em excesso pode ser negativo? A psicóloga Thiana Antunes explica um pouco sobre os perigos de imergir tão profundamente nesses programas.
“Os realities são uma forma de mostrar a vida de outras pessoas. As pessoas têm o interesse natural por aprender pela observação. Muitas pessoas acabam se prendendo a esses personagens como espelhos. Com isso, vem o aspecto nocivo do reality show, pois pode virar um exemplo de comparação, pode enraizar ainda mais estereótipos”.
A estudante de odontologia, Isabela Vinhas, de 21 anos, faz o consumo de reality shows desde os 15 anos. O Big Brother Brasil é o seu preferido. Mesmo que ela acompanhe diariamente o jogo, consegue entender que pode haver uma influência negativa no seu dia a dia. “Tudo em excesso faz mal. Tem que saber distribuir bem o tempo durante os dias”.
Além disso, Isabela frisa que se sente influenciada pelo programa, principalmente em relação aos patrocínios. A psicóloga Thiana ainda esclarece que essa identificação ou influência pode acabar se tornando algo ruim, se não for dosado. “Uma pessoa que não se conhece muito bem pode acabar se misturando muito com as informações que aparecem ali, e então a autoestima pode começar a decair”
Teresinha de Jesus, de 66 anos, acompanha o BBB há quatro anos e destaca que o consumo em excesso pode ser nocivo. “Às vezes é prejudicial mesmo à saúde, porque fica fixado em ver, atrapalha na visão, perde o sono”.
Mesmo assim, os reality shows podem ser uma ótima distração para quem acompanha, e sabendo controlar o consumo, eles também podem trazer benefícios, principalmente nos debates e pautas que são levantadas neles.
Por Virgínia Carvalho, estagiária sob supervisão de Renata Castanho