Foto: Netflix/Divulgação
Com 10 estatuetas do Primetime Emmy Awards, a mais importante premiação da TV americana, na prateleira de 2017 para cá, a série da Netflix “The Crown” retornou para sua 5ª temporada no último dia 9 de novembro.
A série de ficção acompanha o reinado de Elizabeth II, o mais longevo da História do Reino Unido. A nova temporada é a primeira após a morte da monarca, em setembro deste ano, e do falecimento do Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, em abril de 2021.
A crítica de cinema Amanda Luvizotto conversou com o Portal Costa do Sol sobre o impacto cultural de ‘The Crown’ e o que atrai tantos olhares para a série.
“Monarquias, de modo geral, em especial, a britânica, que teve uma mesma rainha por tanto tempo no trono, sempre levantou a curiosidade e interesse das pessoas”, afirmou.
“Com o surgimento da série, que a gente chama de docudrama, isso levou uma escala mundial. Colocou a família muito no centro da mídia, da curiosidade”, analisou Amanda.
Para a crítica, o aumento do interesse sobre a família real não era visto, talvez, desde a época da Princesa Diana de Gales.
“Eles ficaram muito mais em evidência. Propriamente, por conta das mudanças que a monarquia vem passando nos últimos anos. Vamos dizer que ‘The Crown’ aproximou a monarquia dos súditos, no sentido de olharem para os monarcas como pessoas”, disse a crítica.

A 5ª temporada aborda um recorte histórico recente que gera bastante polêmica com relação à família real: a crise no casamento do então Príncipe Charles (agora Rei Charles III) e Lady Di.
“Te confesso que estou temerosa de como as coisas vão ser tratadas. A gente entra em um terreno muito nebuloso e que está mais fresco na memória das pessoas e da mídia”, pontuou Amanda.
“Na quarta temporada, os criadores abordaram um ponto muito complexo do reinado de Elizabeth, que foi a relação com a Margareth Thatcher, e eu achei que foi bem feito. Não foi superficial”, ponderou.
Um dos pontos elogiados pela crítica sobre a série é justamente esse enfoque que “The Crown” traz ao mostrar essas figuras históricas, como rainha, princesa, primeira-ministra, enquanto as pessoas que estão por trás de título.
Amanda também aprovou a mudança de elenco da 4ª para a 5ª temporada, pontuando a substituição de Olivia Colman por Imelda Staunton no papel de Elizabeth por conta de uma passagem de tempo.
“Adoro a Olivia Colman, mas não gostei dela como a rainha, porque eu acho que ela é uma atriz muito expressiva, carismática e não conseguiu se anular para ser Elizabeth”, disparou.
“Vamos ver uma rainha mais velha, mais madura. Então a gente vai chegar mais próximo da imagem que está mais fresca na cabeça de todo mundo do que as outras temporadas”, disse Amanda.

Com relação a morte de Elizabeth, a crítica de cinema acredita ser muito dificil de acreditar que, dada a idade da monarca, não havia um preparo da série para esse momento.
“‘The Crown’ é uma dramatização de fatos. Os fatos estão acontecendo, a família está viva. Eles sempre falam que a temporada vai ser a última, mas acaba nunca sendo, porque é isso, a história está acontecendo”, afirmou.
“Eu acho que, para essa temporada, [a morte da rainha] não vai ter impacto nenhum [no sentido narrativo]. Eu não sei se vai ter impacto para renovações de temporadas futuras, depende muito da Netflix e da audiência”, frisou.
A audiência da série, que é considerada bem satisfatória, deve, sim, ser aguçada pelo falecimento de Elizabeth, na visão de Amanda.
A 5ª temporada de “The Crown” tem 10 episódios e já está disponível na Netflix.
Confira o trailer abaixo:
*Por Luiz Felipe Rodrigues