Réveillon do milhão: Região dos Lagos tem fim de ano com operações, superlotação, incidente na virada e deixa Covid de legado

Três cidades, um feriado, 1 milhão e 250 mil pessoas. Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Cabo Frio receberam, juntas, para o feriado de Réveillon, um contingente 4x maior do que suas populações somadas de 299.147 habitantes.

Juntos em praias para ver a esperada queima de fogos, os turistas trazem toda uma movimentação financeira importante para os municípios, que vivem de turismo, mas deixam a bagagem de superlotação nas cidades.

Considerada a capital da Região dos Lagos, Cabo Frio recebeu 500 mil pessoas, segundo o secretário municipal de Turismo, Carlos Cunha. A cidade teve ocupação hoteleira de 99%.

Ainda de acordo com Carlos, o número de ônibus de excursão no terminal foi de 120, 100% da capacidade, o que resulta em 5 mil pessoas. No aeroporto, desembarcaram 1,5 mil passageiros e, na rodoviária, 10 mil.

A tradicional queima de fogos foi realizada com as areias da Praia do Forte lotadas. O show pirotécnico durou cerca de metade dos 10 minutos prometidos, mas, ainda assim, rendeu belas imagens. No amanhecer do dia 1º, a operação de limpeza recolheu cerca de 30 toneladas de lixo no local.

Na vizinha Arraial do Cabo, cerca de 250 mil pessoas se reuniram para celebrar a chegada de 2022, de acordo com a secretaria de Turismo. A ocupação hoteleira foi de 95%. A cidade promoveu queima de fogos na Praia Grande e nos distritos de Figueira e Monte Alto.

Incidente na virada

Outra cidade que prometeu um réveillon grandioso, Armação dos Búzios recebeu cerca de meio milhão de turistas, segundo a Comunicação da Prefeitura. A taxa de ocupação na rede hoteleira ficou próxima de 99%.

Foram cinco pontos de queima de fogos. Tucuns, Manguinhos, Geribá e Rasa tiveram o espetáculo sem maiores ocorrências. Porém, no píer do Centro, a virada de ano, por pouco, não virou tragédia.

De acordo com a Comunicação, a empresa escolhida para a queima de fogos selecionou um profissional inexperiente para o evento no Centro. Acabou que houve um problema na queima de fogos e eles acabaram sendo disparados em direção aos turistas.

A blogueira Antonia Fontenelle fez uma live dizendo ter visto a morte de perto no Réveillon buziano. Fontenelle disse que o prefeito, Alexandre Martins (REP), foi negligente e irresponsável por ter contratado uma “empresa mequetrefe”.

O prefeito se posicionou sobre o incidente nesta quarta-feira (5), dizendo que lamenta profundamente o ocorrido na queima de fogos e afirmou que a empresa foi notificada para comparecer à Prefeitura e esclarecer o ocorrido.

“As medidas cabíveis serão tomadas. Assim que todas as investigações forem concluídas, a Administração Pública se manifestará oficialmente”, afirmou o prefeito.

No mais, a Prefeitura realizou, em conjunto com a Polícia Militar, uma operação de ordenamento durante o fim de semana do réveillon.

O Planejamento Operacional começou no dia 30 de dezembro. Foram empregados 143 policiais nos quatro dias do evento. Ao todo, 10 viaturas foram usadas nas ruas, sendo sete viaturas da PM e três viaturas do PROEIS, disponibilizadas pela Prefeitura.

Nesse período, duas pessoas foram presas: uma por cometimento de crime de furto de uma motocicleta e outro preso por crime previsto na Lei Maria da Penha.

Além disso, um suspeito foi morto por policiais militares na posse de duas armas de fogo que foram apreendidas no bairro de Tucuns.

Herança da festa

Como se observa no país, as festas de fim de ano serviram como mola propulsora para os casos de COVID-19 também na Região dos Lagos. Um levantamento feito pelo Portal RC24h em Cabo Frio com dados da Prefeitura apontam uma alta de 500% nos casos da doença na cidade.

Conforme boletim da Prefeitura, entre segunda (3) e quarta-feira (5), foram 18 casos confirmados de Covid. Nos quatro dias anteriores ao Réveillon, apenas seis pessoas testaram positivo.

Vale lembrar ainda que esses números podem ser maiores, pois os resultados são enviados para o Laboratório Central (Lacen) e o município depende desses resultados chegarem para atualizar os dados.

Além disso, a rede particular do município ainda observa uma alta na procura por testes rápidos para a Covid. Segundo funcionários, “um aumento exponencial”.

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