Parto humanizado: a protagonista é a mulher

O parto é um momento inesquecível, maravilhoso, desafiador e, por vezes, assustador. São muitos os desafios, as dúvidas, as incertezas naquele momento tão especial: o nascimento de um filho.

Num momento em que diversos casos de violência obstétrica têm publicidade nos meios de comunicação, o papel da Doula torna-se cada vez mais importante no acompanhamento de uma gestação até o parto.

Alguém que vai te ouvir, te responder às inúmeras questões (e são infinitas), que vai te fazer massagens para o alívio da dor e te acompanhar antes, durante e depois do parto.

Estou falando da Doula, profissão reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que a Técnica de Enfermagem Cláudia Castilho escolheu há dois anos.

-Parto humanizado é uma forma de assistência. Começa na porta de entrada de um hospital maternidade e, com base em evidências cientificas, respeitando o desejo da mulher, nas movimentações e liberdade de parir onde se sente confortável, com acompanhamento direto e monitoramento. É o parto normal sem interferências, sem indução, diz Claúdia.

“A mulher é a protagonista do seu parto”

 Cláudia Castilho é moradora de Araruama há 27 anos e diz que a Maternidade local não permite que as Doulas entrem, alegando restrições do covid.

Assim eles quebram uma lei dando motivos de Covid, mas em Saquarema  entramos normalmente, até porque lá é o único lugar todo humanizado, em ambientes e equipes. Alguns hospitais do SUS no Rio de Janeiro tem várias doulas, assim como em alguns privados.

Cláudia Castilho
  • Quais são os riscos que uma mulher corre em optar por um parto humanizado?

O parto humanizado só tem riscos se não for acompanhado desde a sua internação, ser monitorado com ausculta fetal. Pois esse monitoramento é que faz com que a equipe decida alguma intervenção. Sendo que em casos de parto de alto risco, o monitoramento é mais decisivo.

Qualquer mulher pode ser Doula

Cláudia Castilho ressalta que o papel da Doula é dar suporte emocional e físico a uma gestante, antes do parto e no pós parto. “Essa profissão resgata a forma afetuosa e acolhedora de servir. Usamos métodos de alívio da dor e a educação perinatal vai desde as aulas de preparo de parto à amamentação e cuidados com o bebê”, diz ela.

A Doula encoraja tanto a mulher como o casal

O valor cobrado por uma Doula para acompanhamento de uma gestação e parto depende da assistência que irá ser dada.

-O valor depende da assistência, da demanda dela. Geralmente fazemos pacotes com encontros e acompanhamento no parto e pós parto, e podemos acrescentar outras modalidades. Não devemos cobrar menos de R$ 1000,00, mas mudamos o pacote e o valor de acordo com a situação financeira do casal, ressalta Cláudia.

As violências obstétricas podem ser físicas, psicológicas ou verbais, além de negligência, sofridas pelas gestantes. Podem ser com práticas e intervenções desnecessárias, comentários constrangedores, cortes desnecessários no corpo da mulher, entre tantos mais.

Aí vem o papel da Doula que é o de acompanhar e oferecer conforto emocional à mulher desde a gestação, depois do parto e período pós-parto.

Na questão da violência acredito que melhore em parte, pois as Doulas têm perfis diferentes na assistência. Como sempre trabalhei na área obstétrica, é um desafio, mas consigo compreender às vezes algumas decisões médicas. As mulheres têm que se informar, só assim esse contexto vai mudar, finaliza.

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