Museu é lugar de coisa velha?

Desta vez e de uma maneira muito pessoal, falarei sobre mim e espero que meus colegas museólogos me perdoem, poderia colocar aqui a definição de Museu de acordo com o Conselho Internacional de Museus (ICOM), mas talvez a definição acadêmica não seja a melhor solução agora. A proposta aqui é pensar como um visitante e não como um profissional da área.

Sim! Em poucas palavras, existe um profissional dedicado à organização, criação de museus, assim como à salvaguarda e conservação das coleções ou acervo de Museu, mas não é somente o museólogo que trabalha num Museu, da mesma forma que um colégio não é feito só por professores.

O Museu inclusive tem várias tipologias, Museus Históricos, Zoológicos, Museu Casa, grandes espaços abertos podem ser ecomuseus ou Museus de Território, Museus Científicos, dentre muitos outros… Depende do foco, e de atividades que esses museus possam desenvolver, podemos usar mais ou menos tecnologias, ter mais ou menos estrutura, e com isso seus funcionários podem ser de áreas diversas.

Da mesma forma que existem colégios bilíngues, com atividades diversificadas, ou mesmo os melhores hospitais com vários especialistas, todos dependem de estrutura e principalmente dinheiro investido para que as atividades aconteçam, mas independentemente os museus são importantes entrem si, não são mais ou menos importantes, porém podem ser sim menos atrativos à visitação.

E por que todo museu é considerado como local de coisa velha? Lembrando que muitas vezes o próprio Museu pode ser um prédio tombado, e seu acervo também é considerado patrimônio. Mas, e quando tenho algo velho em casa e que às vezes não funciona, qual seria o destino deste objeto? O lixo, raramente esse objeto irá para um Museu.

Se pensarmos numa viagem a outro país ou estado, certamente na sua lista de atividades ou mesmo na lista da agência de viagens, vai estar lá ao menos um Museu. E se você pensar em registrar sua viagem, certamente tirará foto em frente a um “Eu amo algum lugar”, como existe em Araruama, o Eu amo Araruama, poucos sabem, mas os pontos que se colocam esses dizeres são locais históricos ou estratégicos, ou em frente a algum Museu, ou Igreja, e no caso de Araruama foi colocado no local, onde era a antiga cadeia de Araruama, hoje demolida, em frente de outro patrimônio do Município que é a Laguna de Araruama.

Mas não é difícil pensarmos que os Museus dão uma ideia de estáticos, dentro da realidade brasileira a falta de investimento em pesquisa, educação, estrutura, e funcionários também; produzem a ideia de monotonia ou congelamento das atividades de Museu. O Museu acaba ficando estático à medida que as exposições e atividades serão renovadas com novos projetos e a pesquisa realizada sobre o acervo, diferentemente dos museus estrangeiros ou os que recebem patrocínio e verbas para sua atratividade como Museu do Amanhã, Smithsonian, Guggenheim, Louvre, e etc., que naturalmente representam o diferente para quem não conhece, mas que representam parte da identidade local ou que são de alguma forma, atraentes ao olhar do público.

A ilustração cinzenta é proposital, significa monotonia e tédio, talvez seja um sentimento comum das pessoas quando entram num local onde não se tem vida ou movimento aparente, mas também é neutra e traz elegância à arte digital de Clovis Brasil, que retrata a Fazenda Aurora ou o antigo Museu Arqueológico.

E sobre o Museu Arqueológico, serão cenas dos próximos Capítulos.

Museóloga – Aline Vecchi

https://www.instagram.com/diariodeumamuseologa/

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