O Museu Arqueológico de Araruama foi inaugurado em 27 de março de 2006, porém foi aberto para visitação apenas em 19 de abril, após um período longo de restauração do prédio em estilo neocolonial do século XIX, com as exposições: ‘O território, a ocupação pré-histórica e os primeiros colonizadores da Região dos Lagos’ e ‘O sofrimento que produz a riqueza’.
O Museu fazia parte do Complexo de Educação e Cultura Leonel Brizola, que tem também em sua estrutura a Escola Municipal Agostinho Franceschi, e naquela época tinha uma Capela de São Francisco de Assis, uma biblioteca, bosque, área de convivência e lazer, espaço para comércio de artesanato, souvenires e estacionamento.
A exposição consistia em 10 painéis explicativos, com os títulos: A ocupação nativa no Território Brasileiro, Mapas, Sambaqui, O guerreiro Goitacá, Tupinambá em Araruama, Antropofagia, A Cerâmica, Cotidiano segundo cronistas do Século XVI, Relatos, e A População Original.
Você deve estar pensando, mas e o Museu hoje? Foi fechado em 2015 pela sua demanda de restauração, e assim permanece até hoje; os painéis foram transferidos para a Casa de Cultura ‘José Geral Caú’, e alguns estão na Exposição Permanente do Centro de Memória Municipal ‘Sylvio Lamas de Vasconcellos’, que também é uma outra Instituição Museológica, ou seja, outro Museu.
E o que você não sabe disso tudo? O processo de Museu assim como toda Instituição pública demora a ser de fato executado. O projeto de Museu no caso do Município de Araruama começa com o Projeto do Museu do Sítio Arqueológico de Três Vendas, que foi encomendado pelo Conselho de Cultura à Arqueóloga Lina Kneip em 1977. Esse Museu não foi executado, mas influenciou as atividades curriculares do Colégio Honorino Coutinho, que possui um sítio arqueológico em seu interior, e em 1995 existem relatos de funcionários que participaram da Inauguração do Museu do Índio Tupy em Morro Grande.
A ideia de Museu só evolui após as escavações da Arqueóloga Dra. Ângela Buarque e da importância da região para a arqueologia e história do Brasil, com isso foi criado um Programa Museológico em 2002, pela Museóloga Maria Cristina de Oliveira Bruno. O Museu seria implementado onde hoje é a Casa de Cultura, ocupando o espaço em sua totalidade, porém a ideia de Museu foi transferida para o prédio da Fazenda Aurora que já tinha passado pelo processo de tombamento e estava passando por restauração, com isso o Programa Museológico foi modificado por Mauricio Candido da Silva, para ser executado na Fazenda Aurora.
O que chama atenção no processo de criação do Museu é que seu projeto parte de um pedido do Conselho de Cultura, mecanismo importantíssimo para participação popular, pois é o conselho responsável por trazer a demanda da população em relação, nesse caso, à Cultura.
Coisa do destino ou não, poderíamos levar em consideração que talvez; o Museu ora ser planejado para Casa de Cultura, ora estar na Fazenda Aurora, e ora voltar ao prédio da Casa de Cultura; todo esse vai e vem, pode ser que o prédio da Antiga Câmara Municipal/ Prefeitura/ Casa de Cultura seja predestinado a ser um Museu, basta alguém estar disposto a ver isso.
Toda a pesquisa dessa Coluna está no Plano Museológico do Museu de Araruama, de minha autoria, e a arte da Coluna com o ilustre Clóvis Brasil.
@aline.vecchi.3