Mês dos companheiros de quatro patas: saiba mais sobre a campanha Dezembro Verde

No estado do Rio de Janeiro, a cada dois dias, é registrado um caso de maus-tratos a animais. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), levando em conta ocorrências de 2019 e 2020.

Com a proteção animal tão em voga, é natural que sejam criadas campanhas de conscientização para alertar sobre o abandono e maus-tratos dos companheiros de quatro patas. É nesse contexto que foi criada a campanha do Dezembro Verde, que já é lei em alguns municípios do país.

São vários os parlamentares eleitos no Brasil nos últimos anos para legislar pelos animais. Um exemplo é o delegado Bruno Lima (PSL), deputado federal por São Paulo desde 2019. Em nível municipal, Cabo Frio teve como vereadora mais votada nas eleições do ano passado Carol Midori (DC), uma das mais conhecidas protetoras dos animais na Região dos Lagos.

Em entrevista ao Portal Costa do Sol, Carol comentou sobre a campanha Dezembro Verde e manifestou interesse em trazê-la para a região.

“Fizemos uma divulgação nas minhas redes sociais sobre a campanha, mas sabemos que só a rede social não é suficiente, pois muitas vezes não atinge todos que precisam. Pretendo criar um projeto de Lei municipal com esse incentivo e assim a gente criar uma campanha mais efetiva”, afirmou Midori.

A protetora tem 15 anos na causa e, atualmente, tem quase 100 gatos e 60 cachorros aos cuidados dela, fora os que estão com protetores parceiros. Para Carol, falta incentivo e conscientização.

“A campanha dezembro verde foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas a não abandonar seus animais, porém vejo que falta, sim, muitos estímulos para que essa iniciativa seja realmente efetiva e a gente possa ver o resultado na prática”, apontou Carol.

Atualmente, a maioria das cidades da Região dos Lagos não são dotadas de dispositivos para realizar castração que atenda a demanda, por exemplo. Esse é um dos empecilhos para controlar a gigantesca população animal nas ruas da cidade.

“O município que não tem um programa municipal de castração gratuita nunca vai conseguir minimizar esse problema, pois o principal motivo da existência de animais abandonados é a superpopulação de animais. Portanto, a castração é o primeiro passo”, argumenta Midori.

“Na minha opinião, na nossa região, não existe nenhum município modelo na proteção animal, precisamos mudar muito a realidade dos nossos animais”, constatou a vereadora cabo-friense.

Em 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que a população de animais de rua no Brasil era na casa de 30 milhões. De lá pra cá, a economia passou por diversas turbulências. Será que isso culminou no aumento da superpopulação dos animais em situação de rua?

“Eu acredito que o abandono de animais acontece em decorrência de vários fatores, entre eles com certeza a questão financeira. Mas eu acredito que a conscientização e a educação sobre a importância da adoção responsável é o caminho para evitar o abandono, pois ter um animal é uma opção, cabe a quem adota, adotar com responsabilidade”, disse Carol.

“Quantas vezes, já vimos moradores de rua com seus animais e, muitas vezes, até bem cuidados? Portanto, a falta de recursos pode ser um agravante, mas, na minha opinião, não é justificativa para o abandono”, argumentou a protetora.

Enquanto isso, em Araruama, a Prefeitura mantém uma clínica voltada para o atendimento de animais de rua e de cães e gatos cujos donos não têm condições de pagar um veterinário particular.

Os animais recolhidos nas ruas são tratados, castrados e encaminhados à adoção responsável.

De acordo com o município, em média, são realizados 300 atendimentos de consultas ao mês.

A estrutura conta com exames complementares, como sangue, Raio-X e ultrassonografia, além das cirurgias de castração dos animais resgatados e daqueles que pertencem à pessoas cadastradas na Clínica ou das protetoras de animais de Araruama.

Para atendimento na unidade, que fica no Parque de Exposições, na Rua Doutor Batista, s/nº, no bairro da Fazendinha, é necessário apresentar identidade, CPF, comprovante de residência e comprovante de renda de até dois salários mínimos ou receber o Auxílio Brasil.

O horário de atendimento é, de segunda a sexta-feira, de 8h às 12h e das 13h30 às 17h.

A Prefeitura informou que já realizou, aproximadamente, 600 doações desde a inauguração da clínica, em 2018. Seja diretamente na Clínica Animal ou nas feiras de adoção, realizadas de 15 em 15 dias, na Praça Menino João Hélio, no Centro.

Os interessados em adotar nas feiras devem levar identidade e comprovante de residência. Todos os animais doados pela Clínica já saem da feira com a castração garantida, assim como o exame pré-operatório.

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