O Stand Up Paddle (SUP) começou a ser praticado nos anos 60 nas ilhas havaianas, pertencentes aos Estados Unidos. O Remo Em Pé (REP), em tradução livre, ganhou mais adeptos com o passar das décadas. Inclusive, no Brasil.
Em 2019, pela primeira vez, a modalidade passou a fazer parte dos Jogos Pan-Americanos, em Lima, no Peru. Neste contexto, a professora de educação física Lena Guimarães faturou o ouro para o Brasil.
Niteroiense, Lena tem 41 anos e mora em Arraial do Cabo há 18. Atleta de handebol quando mais nova, o SUP apareceu na vida da atleta bem mais tarde, quando ela tinha 30 anos. Quem a apresentou ao esporte foi o marido, Américo, que é o técnico de Lena até hoje.
“No começo era para ser só lazer, mas fui tomando gosto pelas competições e quando vi estava me dedicando totalmente ao esporte”, afirmou Lena.
Segundo Lena, ambientes de competição como os Jogos Pan-Americanos não são hostis as mulheres, mas o contexto histórico faz com que elas sejam, de certa forma, menos reconhecidas.
“O que eu acho é que por questões históricas e culturais as mulheres estão alguns passos atrás na trajetória esportiva. Então temos que ir conquistando espaço aos poucos, como premiações equivalentes”, avaliou a competidora.
A vitória nos Jogos Pan-Americanos foi uma surpresa para a atleta. Lena descreve o momento como “uma sensação inexplicável”.
“Principalmente, porque eu não esperava, pois a americana era favorita. Teve um final emocionante e minha família estava lá. Foi mágico”, contou a atleta.
Sobre a prática esportiva no interior, Lena afirmou que as dificuldades são as mesmas da maioria das cidades do Brasil.
“O esporte não é visto como algo sério, uma profissão, uma atividade econômica que pode ser muito lucrativa e ainda é uma ferramenta de educação, inclusão e saúde. Falta investimento, estrutura, eventos, formação de base, formação de público etc.”, apontou.
Em relação ao futuro, Lena diz que já está no lucro porque quando comecei não esperava chegar tão longe.
Além das atividades nas águas, Lena foi professora da Universidade Veiga de Almeida (UVA) de 2008 a 2021. Guimarães ainda tem uma escola de Canoa Havaiana e atua como personal trainer, nutricionista, palestrante e autora de disciplina EAD para a UVA.
A medalhista contou que conciliar a vida de atleta com vida profissional e pessoal não é mole, “Mas com planejamento e disciplina, tudo se encaixa”.
