Já ouviu falar em TEI?

Você conhece alguém com intensas crises que raiva?


TEI é o Transtorno Explosivo Intermitente. Embora seja pouco conhecido, esse transtorno psiquiátrico é muito comum. Ele se caracteriza por episódios, atitudes, reações de agressões que podem ser verbais ou físicas direcionadas a pessoas, animais ou objetos. Essas reações variam de intensidade e ocorrem de forma impulsiva, rápida, e sem controle.


Normalmente o portador do Transtorno Explosivo Intermitente apresenta esse comportamento em diversos momentos de sua vida. E pode ter como impactos: uma dificuldade em seus relacionamentos interpessoais, brigas e acidentes no trânsito, separação conjugal, perda de amizades, constantes demissões, e também costumam se sentir “atacado” em uma reunião social.


Essas pessoas são conhecidas como o “pavio curto” ou “pessoa difícil”, e costumam ser explosivas de uma forma desproporcional ao evento que desencadeou a agressão. Apresentam uma incapacidade de controlar o comportamento agressivo, impulsivo em resposta a provocações vivenciadas que em geral não resultariam em explosões agressivas.


Os portadores do TEI costumam ter alguns pensamentos sobre si e sobre os outros, como por exemplo: “sou injustiçado”, “sou alvo de desrespeito e humilhações”, “o mundo está contra mim”, “as pessoas querem tirar vantagem”, “as pessoas agem contra meus princípios”. Por isso, esses portadores apresentam uma falta de habilidades sociais e uma interpretação distorcida de certas situações.


Importante ressaltar que as explosões de agressividade recorrentes não são premeditadas e sim impulsivas e ou decorrentes do sentimento de raiva, não sabendo lidar com as frustrações. Essas explosões costumam durar menos de trinta minutos e normalmente acontecem em resposta a uma provocação mínima.


Um outro fator importante é que os ataques agressivos não são devidos ao uso de substâncias como álcool, drogas ou medicamentos. Essas “explosões” podem acontecer através de xingamentos, ofensas, gestos obscenos, ataque de objetos, ameaças, humilhações e agressões verbais e físicas. Essa pessoa vive episódios frequentes de ataques de raiva sem medir as consequências de suas ações, interpreta sempre tudo de forma negativa e extrema.


Esse transtorno não tratado gera grandes prejuízos para o portador e familiares. Como também qualquer que seja a natureza da agressão, é comum a pessoa sentir arrependimento, vergonha, culpa ou tristeza após a explosão, percebendo que não conseguiu controlar seu comportamento decorrente da raiva e agiu por impulso agressivo de forma exagerada além do normal.


É importante saber que nem sempre uma pessoa que tenha maior propensão à irritação possui o Transtorno Explosivo Intermitente. Mas vale a pena observar se os excessos de raiva são intensos e incomuns para poder refletir sobre os comportamentos e se for necessário procurar ajuda psicológica.
Por ser um transtorno mental, é fundamental que seja acompanhada por profissionais habilitados e que esse manejo clínico se desenvolva de forma que a medicação e terapia ajudem o indivíduo a identificar os primeiros sinais de surgimento da raiva e poder assim detê-los antes que aumentem a proporção causando sérios prejuízos. E com o acompanhamento certo, realizando o tratamento adequado trará melhoras na vida do indivíduo e nas suas relações.

Psicóloga Isabella Bravo

https://www.instagram.com/psi.isabellabravo/

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