Gabriel Valentim e as múltiplas facetas de seu trabalho em esculturas

Papel maché, chumbo, ferro, cimento, epóxi, isopor, gesso, são alguns dos materiais que Gabriel Valentim transforma em objetos incríveis. Autodidata, o desenho começou aos cinco anos de idade e ele não parou mais. Gabriel Valentim é desses artistas únicos que a gente tem imenso prazer em conhecer o trabalho.

Tive poucos amigos e muita imaginação

Nascido em Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense, com curso na área de Design Gráfico, frequenta a cidade de Araruama, desde a infância. “Vinha com meu pai, me apaixonei por esse lugar, morei 1 ano com a minha mãe e estou de volta com a minha esposa e filho residindo há 7 meses aqui. Meu filho é autista e eu precisava de um lugar tranquilo pra viver. Somos apaixonados por Araruama. Aqui vejo a natureza, ouço o vento e tenho paz”.
O interesse pela arte vem desde menino e confessa que sempre se sentiu diferente das outras pessoas.
-Sempre fui visto como uma pessoa anormal. Tive poucos amigos e muita imaginação. Desenho desde os cinco anos de idade, segui pelas artes e fiz curso de ilustração. Adorei trabalhar com tinta guache, aquarelas, desenhando objetos, pessoas, paisagens, diz Gabriel.

Costumo mapear tudo em 3D na minha cabeça

A pintura com tinta acrílica e guache veio em seguida. “Depois que dominei o desenho e a pintura, quis mais. Na minha cabeça as coisas vêm de um jeito diferente. Costumo mapear tudo em 3D e isso me possibilita melhorar a escultura. Geralmente faço melhor do que imagino e isso ajudou no desenvolvimento da minha arte”, ressalta.

Eu fazia os meus personagens

Os personagens das histórias em quadrinhos foram sempre a sua grande inspiração, a partir dos 6 anos de idade.
-As minhas primeiras esculturas foram feitas em camisas velhas que eu costurava, com enchimento em madeira, porque não tinha dinheiro para ter brinquedo como as outras crianças. Eu fazia os meus personagens. Fiz muitos nas areias da praia com palito de picolé.

Meu objetivo é ser conhecido como artista. Em todas as técnicas que aprendi fui bem sucedido, vendi mais de 1000 esculturas de diversos tipos de materiais.

Na maturidade, pensando numa profissão que auxiliasse em sua arte, Gabriel Valentim fez vários cursos. “Fiz curso de soldador onde trabalhei uns 10 anos na indústria naval. Com uma crise instalada no país perdi o meu emprego, então parei de fazer os meus trabalhos como hobby e passei a fazê-los profissionalmente”, disse ele.
-Nunca me satisfiz com apenas uma técnica. Sou apaixonado por arte, sempre vi as formas de um jeito diferente, então sempre quis aprender tudo. Comecei a trabalhar com argila, massinhas, papel maché, pintura com temas de aniversário, isopor fibrado em esculturas grandes para festas, epóxi, cimento, madeira, chumbo, cobre, latão, cerâmica. Sempre buscando materiais mais resistentes e duráveis, que me trouxessem benefícios financeiros e uma forma de me expressar, diz Gabriel.

Quis dominar todas as técnicas

Como está o mercado para a venda dessas esculturas?
-Vendi muitas em papel maché nas ruas. Depois passei para canos de pvc, fazia muitas corujas. Passei para o gesso, fazendo painéis. Fiz muitas miniaturas em chumbo, com 9 cm, que são as mais difíceis. Vendi muitas em cimento para os outros estados. Acredito que há mercado para todos os tipos de artesanato, mesmo com a pandemia. Existem amantes da arte.

Aprendi que escultura tem que ter expressão, sentimento e significado

Gabriel Valentim, diz que sua experiência em exposição foi muito feliz. “Minha primeira experiência como artista foi uma exposição que fiz em um dos portos do Rio de Janeiro com todo tipo de material e vendi todas as minhas esculturas nesse dia. Fiz outra no Museu Nacional de História do Rio de Janeiro onde depois fiz esculturas de Dom Pedro I e II que foram vendidas em sua loja”, disse ele.

Projetos para o futuro
-Estou estudando para fazer esculturas em cera, fazendo várias receitas pra chegar ao máximo possível de resistência. Buscando significado para as minhas esculturas e o motivo para serem feitas. A minha maior inspiração hoje são as pessoas, quero atrair o interesse das pessoas da cultura de meu país. Quero fazer esculturas grandes e que alcancem o maior número de pessoas possíveis. Tenho feito algumas encomendas e estou conseguindo sobreviver como artista plástico, finalizou o artista.

@gabrielvalentim198

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