Claro que durante esse período de Pandemia precisamos ficar atentos, mas na Europa e até mesmo em alguns Cemitérios no Rio de Janeiro é comum visitações guiadas ou visitações espontâneas, ou seja, pessoas que visitam o cemitério não só para visitar seus entes finados, mas fãs que visitam túmulos de artistas ou até para apreciar o que chamamos de Arte Funerária.
Araruama e certamente outros municípios da Região da Costa do Sol possuem muita arte e história nos seus cemitérios. Falaremos hoje do Cemitério Municipal de Araruama que fica localizado atrás da Paróquia São Sebastião, no Centro.
O Cemitério possui algumas peculiaridades, mantém uma divisão e na parte direita, existem, logo no horizonte, Capelas mortuárias que pertencem a algumas famílias tradicionais de Araruama, construídas no mesmo estilo da Paróquia antes do incêndio que ocorreu em 1945, com frontão triangular com ossários, altar e portão de ferro.
No livro Apontamentos sobre Araruama, o autor, Dr. Sylvio Lamas de Vasconcellos, relata,
O primeiro túmulo erigido, à direita de quem entra no cemitério, é de D. Josefa da Conceição Martins, nascida em janeiro de 1808 e falecida em 31 de outubro de 1886, esposa do Comendador Bento José Martins, importante comerciante e fazendeiro neste Município. Foi ele quem, por testamento, fez doação do antigo prédio denominado “Palacete”, onde funciona, hoje em dia, o Hospital da Casa de Caridade. […] (VASCONCELLOS, 1998, p.91)
Atualmente, o Hospital da Casa de Caridade foi reformado e revitalizado, reinaugurado no ano de 2020 no governo de Lívia Soares Bello da Silva, o prédio recebeu um novo nome, Hospital Geral Municipal Dr. Jaqueline Prates.
Para quem consegue admirar a paisagem numa simples caminhada, que tal fazer algo diferente? Olhar para o Cemitério também é olhar para o passado, deixando um pouco de lado a tristeza do Adeus a nossos entes, podemos ressignificar a dor com uma homenagem e apreciar a arte e a história da nossa cidade num local não muito comum.
