Foto: Nelson Almeida / AFP
O presidente da República e governadores de 12 estados do país serão escolhidos neste domingo (30), no 2º turno das Eleições Gerais de 2022.
Além da disputa acirrada entre Jair Messias Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terão decisão para o Executivo estadual, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Nas outras 15 unidades da federação, a eleição foi definida em 1º turno, no dia 2 de outubro. É o caso do Rio de Janeiro, que optou pela recondução ao cargo de Cláudio Castro (PL), com 4.930.288 votos (58,67% do total).
Disputa presidencial
Atual presidente do Brasil, Bolsonaro enfrenta o ex-chefe do Executivo Federal Lula em uma das eleições mais polarizadas desde a redemocratização do país.
Ao todo, 156 milhões de brasileiros estão aptos a votar. No primeiro turno, 123.682.372 (79,05%) deles exerceram o direito ao voto.
Lula teve 48,43% dos votos válidos, sendo a escolha de 57.259.504 eleitores. Já Bolsonaro obteve 43,20% na disputa, com 51.072.345 votos.
As pesquisas recentes dos institutos IPEC e Datafolha indicam vitória de Lula no 2º Turno.
O levantamento do IPEC divulgado no dia 24 de outubro trazia o ex-presidente com 50% das intenções de voto. Na margem de erro, ele variava de 48 a 52%.
Enquanto isso, o atual mandatário tinha 43%, variando de 41 a 45% na margem de erro.
Brancos e nulos somavam 5%, enquanto 2% não souberam ou não quiseram responder.
Em votos válidos, neste cenário, Lula venceria com 54% dos votos, contra 46% de Bolsonaro.
Para esta pesquisa, o IPEC entrevistou 3.008 pessoas em 183 municípios entre sábado (22) e segunda-feira (24). O índice de confiança é de 95% e a pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-06043/2022.
O Datafolha, em seu último levantamento, publicado no dia 19 de outubro, mostrava um cenário mais equilibrado, no entanto, ainda favorável a Lula.
O candidato do PT somava 49% das intenções de voto contra 45% de Bolsonaro. Na margem de erro, de dois pontos, Lula teria entre 47 e 51%, enquanto Bolsonaro variaria de 43 a 47%, o que caracterizaria um empate técnico no limite da margem de erro.
Brancos e nulos somaram 4% da pesquisa, enquanto os que não souberam ou não responderam eram 1%.
Em votos válidos, o placar seria de 52% para Lula contra 48% do candidato à reeleição pelo PL.
Foram entrevistadas pelo Datafolha 2.912 pessoas, em 181 municípios, entre os dias 17 e 19 de outubro. O índice de confiança da pesquisa é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-07340/2022.
Disputas nos estados
Em Alagoas, o governador Paulo Dantas (MDB) tenta a reeleição contra o senador Rodrigo Cunha (UNIÃO).
A situação é um tanto quanto curiosa no Estado. O governador eleito em 2018, Renan Filho (MDB), renunciou ao Governo para concorrer ao Senado.
Acontece que o vice de Renan, Luciano Barbosa (MDB) também tinha deixado o cargo em 2020, porque foi eleito prefeito de Arapiraca.
Como o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor, que deveria assumir o cargo pela linha sucessória, se absteve de fazê-lo, pois seria impedido de se reeleger ao cargo de deputado nas Eleições deste ano, o governador chegou a ser o Presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Klever Loureiro.
Nesse contexto, Paulo Dantas acabou sendo eleito para um mandato-tampão.
Dantas chegou a ser afastado do mandato no início deste mês por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na ocasião, foi autorizada uma operação que investiga o suposto desvio de verba pública em Alagoas.
A defesa do governador recorreu e, nesta segunda (24), o ministro Luís Roberto Barroso devolveu o mandato a Dantas. No dia seguinte, os demais ministros da Primeira Turma do STF analisaram o caso e referendaram a decisão de Barroso.
No Amazonas, o segundo turno é disputado pelo governador Wilson Lima (UNIÃO), eleito no 2.° turno em 2018, e o senador, desde 2011, Eduardo Braga (MDB).
Braga também já foi prefeito de Manaus, governador do Amazonas e ministro de Minas e Energia.
No Bahia, estado governado por Rui Costa (PT), reeleito em 1.° turno em 2018, a disputa é entre o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (UNIÃO) e o ex-secretário de Educação do Estado Jerônimo Rodrigues (PT).
ACM liderou, com folga, a disputa eleitoral na maior parte da campanha. No entanto, às vésperas do 1º turno, o candidato petista virou o jogo e assumiu a dianteira nas urnas, com 49,45% dos votos válidos.
No Espírito Santo, o candidato à reeleição Renato Casagrande (PSB) disputa o 2º turno contra o ex-deputado federal Carlos Manato (PL).
A disputa entre os dois é uma repetição de 2018. No entanto, na ocasião, Casagrande saiu vitorioso em 1º turno, com 55,49% dos votos, contra 27,22% de Manato, segundo colocado.
No Mato Grosso do Sul, disputam o segundo turno o ex-secretário Estadual de Governo Eduardo Riedel (PSDB), que atuou na gestão do atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB), e o deputado estadual Capitão Contar (PRTB).
Enquanto isso, na Paraíba, o governador João Azevêdo (PSB), eleito em 1.° turno no último pleito, disputa o 2º turno contra o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB).
Em Pernambuco, o candidato apoiado pelo governador Paulo Câmara (PSB), que foi reeleito em 1.° turno há quatro anos, não passou para o 2º turno. Com isso, depois de 16 anos, o PSB deixa o comando do Palácio das Princesas.
A pesquisa IPEC de 25 de outubro aponta que a liderança da disputa é da ex-prefeita de Caruaru e ex-deputada estadual Raquel Lyra (PSDB), com 54% dos votos. A deputada federal Marília Arraes (SD) soma 46%.
As entrevistas da pesquisa ouviram 2 mil pessoas em 75 municípios pernambucanos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01633/2022.
No Rio Grande do Sul, o governador eleito em 2018, Eduardo Leite (PSDB), disputa o segundo turno para retornar ao cargo que renunciou no começo deste ano contra o deputado federal de 5º mandato Onyx Lorenzoni (PL).
Enquanto o histórico de Leite tem ainda a Prefeitura e vereança de Pelotas, Onyx, que também é ex-deputado estadual, já foi ministro, durante o governo de Bolsonaro, do Trabalho e Previdência, da secretaria-Geral da Presidência, da Cidadania e da Casa Civil; e, no governo Temer, do gabinete de Transição Governamental.
Em Rondônia, estado governado por Coronel Marcos Rocha (UNIÃO), é dele uma das vagas no 2º turno. A disputa é contra o senador e ex-deputado federal Marcos Rogério (PL).
No estado de Santa Catarina, o governador Carlos Moisés (REP) não teve sucesso em sua candidatura à reeleição e ficou fora do 2º turno. A disputa no estado é entre o senador Jorginho Mello (PL) e o ex-prefeito de Blumenau Décio Lima (PT).
Na última pesquisa IPEC, realizada entre 16 e 18 de outubro, Jorginho tinha 69% dos votos, contra 31% de Décio.
A pesquisa ouviu 800 em 40 municípios catarinenses. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina sob o número SC‐08056/2022 e no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR‐09340/2022.
A situação do candidato à reeleição não passar para o 2º turno se repete em São Paulo, governado por Rodrigo Garcia (PSDB) desde a renúncia de João Dória, no começo deste ano.
O ex-Ministro da Infraestrutura do Brasil, durante o governo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (REP) lidera as pesquisas para assumir o Palácio dos Bandeirantes contra o ex-prefeito de São Paulo e ex-Ministro de Educação dos governos Lula e Dilma (PT) Fernando Haddad (PT).
No último levantamento IPEC, de 25 de outubro, Tarcísio tinha 52% dos votos válidos contra 48% de Haddad.
A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 23 e 25 de outubro em 83 municípios paulistas e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-06977/2022.
Já em Sergipe, governado por Belivaldo Chagas (PSD), o deputado federal Fábio Mitideri (PSD) disputa o 2º turno contra o senador Rogério Carvalho (PT).
*Por Luiz Felipe Rodrigues
