Araruama confirma primeiro caso de varíola dos macacos em criança de dois anos

A secretaria Municipal de Saúde de Araruama reportou o primeiro caso de varíola dos macacos na cidade. O paciente é uma criança de dois anos.

De acordo com a nota enviada pela Prefeitura nesta quinta-feira (25), a criança e a família estão isoladas em casa e recebendo acompanhamento dos profissionais da Saúde Coletiva do município.

“A suspeita é que a criança tenha contraído a doença durante visita à casa dos avós em São Gonçalo. Os avós também testaram positivo para a doença”, explicou a nota.

A Prefeitura informou que não há outros casos suspeitos no município.

Infectologista da rede municipal de Cabo Frio, a médica Apparecida Monteiro destacou ao Portal Costa do Sol que as feridas aparentes da monkeypox podem ser confundidas com as de outras doenças, como catapora e herpes.

“Tem que se ficar bem atento em relação a essas questões”, alertou.

A especialista explicou que monkeypox é uma zoonose causada por um vírus. Apesar do nome popular varíola dos macacos, os primatas são apenas mais uma das espécies que podem contaminar pela doença.

A doença foi detectada, pela primeira vez, na década de 1950. Desde os anos 70, já existem notificações de casos em humanos.

“Já tiveram alguns surtos, inclusive, nos Estados Unidos há alguns anos. E, agora, existe esse número de casos que a gente tem visto aumentando pelo mundo afora”, lembrou.

A médica destaca que é uma doença de baixa letalidade. Até 22 de agosto, com 41 mil casos confirmados no planeta, apenas 12 óbitos foram registrados. Sendo um deles no Brasil, que já é o 3º lugar em número de casos.

De acordo com a médica, o contágio pode ser através de outra pessoa, roedores ou animais que possam ser vetores do vírus.

A transmissão da doença exige um contato mais íntimo. Através de secreções, por exemplo, das lesões causadas pela monkeypox.

“A gente tem visto que existe também a questão da transmissão sexual. Está se falando hoje. Inicialmente, descartou-se essa possibilidade”, explicou Drª Apparecida.

“Mas a gente tem que levar em conta que a relação sexual é um contato muito íntimo. Talvez nem seja pela secreção”, ponderou a médica.


Cuidados e prevenções

Em casos como o primeiro registrado em Araruama alguns cuidados preventivos podem ser tomados pelos responsáveis pelas crianças.

“Os pais não devem mandar para a escola crianças que tenham febre ou qualquer lesão demartólogica, mesmo que não seja varíola dos macacos, porque pode ser outra doença que leve a contágio interpessoal”, ressaltou.

Outro ponto de atenção é levar a criança imediatamente a um médico em casos de suspeita, como é padrão em diversas doenças no caso de menores em idade escolar.

Outras faixas etárias, contudo, também devem ficar atentas à varíola dos macacos.

“Em relação a essa varíola, por ela poder ser sexualmente transmissível e mimetizar outras doenças, a gente tem orientado, principalmente, em adultos, a realização de exames de IST’s, como HIV e sífilis”, pontuou.

A médica comentou também a importância da vacina, que já foi liberada pela Anvisa, mas ainda não está disponível na rede pública e a medicação específica para a doença.

“Os cuidados são ficar atentos às lesões dermatológicas. O período de incubação do vírus podem durar de cinco a 21 dias, mas a média é até 14. Raramente, passa disso”, disse Apparecida.

“As pessoas correm risco de transmitir enquanto tiverem as lesões. Mesmo as crostas contaminam, diferente da catapora”, concluiu.

@apparecida_castorina

*Por Luiz Felipe Rodrigues

Foto: CDC/BRIAN W.J. MAHY

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