Se você tem um iPhone, deve ter ficado tão chateado quanto eu quando a Apple anunciou que passaria a vender o aparelho sem o carregador. Logo o iPhone, famoso por gastar muita bateria. A desculpa foi poupar a natureza, reduzindo o impacto ambiental. Só que a retirada do acessório não veio acompanhada de um desconto no valor do produto, pelo contrário. Um iPhone está cada vez mais caro e o usuário agora tem que pagar separado pelo carregador.
Na verdade, tinha. É que o Ministério da Justiça determinou a suspensão imediata das vendas de iPhones sem carregador em todo o Brasil a partir dessa semana. A cassação das vendas inclui modelos a partir do iPhone 12 que não incluam o adaptador de energia na caixa. Em caso de descumprimento da ordem, a Apple será multada em mais de R$ 12 milhões.
A Secretaria Nacional do Consumidor acusa a Apple de prática abusiva e venda casada, já que o carregador é uma peça fundamental para o funcionamento do aparelho. Óbvio! Outras marcas que também abriram mão do carregador, com Xiaomi e Samsung, já estão revendo essa decisão. A Apple, no entanto, não abre mão e disse que vai recorrer da decisão. Segundo a empresa, existem várias opções de carregadores que podem ser comprados pelos clientes.
Economia
De acordo com a consultoria de mercado Counterpoint Research, a empresa poupa cerca de US$ 4,20 (R$ 23 no câmbio de hoje) por iPhone vendido ao não incluir o adaptador de tomada e fones de ouvido na embalagem dos smartphones. Calcula-se que a fabricante tenha vendido aproximadamente 63 milhões de aparelhos somente no final do ano passado, o que representaria uma economia total de US$ 264 milhões (R$ 1,4 bilhão em conversão direta).
E convenhamos: uma marca que vale 3 trilhões de dólares produz um dos piores carregadores do mercado, que em menos de um ano seu cabo começa a esfarelar: uma baita sacanagem não oferecer um acessório tão essencial junto, né.
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