Agosto mês do bom gosto, amizade e Antigomobilismo em Araruama

Nessa coluna apresento-lhes um pouco da história desse pedacinho de Araruama chamado Praia Seca, tão querido por seus moradores, que faz do mês de agosto – o mês de recordar o passado.

O que temos em agosto de tão bom que deveria constar na nossa agenda cultural? A Exposição Anual que acontece no mês de agosto através da Associação Clube de Veículos Antigos de Praia Seca – CVAPS, um verdadeiro Museu a céu aberto, com automóveis variados e com idade de no mínimo 25 anos de rodagem e história com seus donos, um Museu que acontece com muita afetividade, representa o amor pela história de marcas e modelos, até mesmo história da tecnologia, e traz consigo um encantamento que só o automóvel antigo tem, onde o visitante pode ver, sentir, e transferir-se quase instantaneamente para uma outra época ou realidade.

Tudo começa durante na década de 90, quando Sr. Frank Leal residia em Teresópolis e se envolveu com o Antigomobilismo, lá foi convidado a presenciar as Exposições de automóveis antigos e em seguida incorporou ao quadro de associados e diretoria do Clube de Automóveis Antigos de Teresópolis, através do Sr. Robison Ferreira, hoje falecido. Ao decidir residir em Praia Seca  – Araruama , o Sr. Frank trouxe consigo sua paixão, e com outros quatro amigos decidem reunir-se e criar o Clube de Veículos Antigos de Praia Seca, fundado em 12 de agosto de 2013, por cinco membros fundadores e moradores de Praia Seca: Sr.ª Monica Quintanilha, Sr. André Nóbrega, o próprio Sr. Frank Leal, Sr. Hilton (já Falecido) e o Sr. Orlando Proença.

Muito além da história de vida do Sr. Sr. Frank Leal, e da história de amizade e paixão pelo Antigomobilismo, a Exposição Anual do Clube de Veículos Antigos de Praia Seca, pode ser um semióforo importantíssimo da história local. A conexão de Praia Seca com o automóvel é antiga, relembrando as últimas colunas, antes dos automóveis as pessoas usavam cavalos e barcos – o ultimo era muito comum em Praia Seca pela tradição das Salinas.

No Livro Araruama: no tempo das histórias, o depoimento do Sr. Abel Neves Antunes, relata a problemática dos barcos como transporte, e como a estrada de Praia Seca reflete numa grande mudança:

[…] A gente trocava o nosso barquinho a vela por um automóvel, por uma moto; porque dias de vento a gente às vezes nem podia atravessar essa lagoa, […]. Em 41, Getúlio Criou o Instituto Nacional do Sal. […] Veio a Guerra e o Norte ficou meio com dificuldade de transportar o sal. As salinas daqui da Região dos Lagos aguentavam a situação toda do comércio. Então houve uma melhoria financeira muito boa, naquela época. 

Na década de 40, as Salinas da Região dos Lagos foram importantíssimas para a economia brasileira, e ao contrário do que muita gente pensava, o declínio do sal na região dos Lagos teve motivação variada, uns pela falta de continuidade da tradição pelos herdeiros com outros enfoques econômicos, outros pela especulação imobiliária de veraneio, ou por problemas de saúde que o trabalho com o sal pode acarretar, dentre outros.

Deixo aqui os créditos e agradecimento pelas Informações, numa singela homenagem aos fundadores do CVAPS, reconhecendo sua importância local – em especial Sr. Frank Leal e ao Sr. Marcelo C. de Aresta.

O crédito da Imagem é de um grande artista local e amigo pessoal, Clóvis Brasil com seu belíssimo sketch de Praia Seca e suas Salinas. Se gostou curta e compartilhe, mas não esqueça dos créditos! Até a próxima coluna!

Aline Vecchi

Museóloga

@aline.vecchi.3

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