Odisseia é um substantivo feminino definido como uma longa perambulação ou viagem marcada por aventuras, eventos imprevistos ou singulares. Essa é a experiência que teve o jovem Bento Verboto ao publicar seu primeiro livro.
Aos 23 anos, o carioca que teve o olhar poético inspirado nas paisagens de Saquarema, onde viveu boa parte da vida, lançou a obra Odisseia Erótica no começo desse ano.
Bento levou entre 5 e 6 anos para escrever e fazer a curadoria dos poemas para o livro. A maior parte dos escolhidos foi redigida no período de Pandemia, que começou em março de 2020.
“A inspiração inicial para juntar todo o material até surgir a Odisseia Erótica foi a necessidade urgente de dizer algo ao mundo, de sentir coletivamente as emoções”, explicou o autor.
O poeta já publicava parte de sua obra em um perfil no Instagram, que já tem mais de 60 mil curtidas. Anterior a isso, é o gosto de Bento por colocar seu interior no papel.
“[Escrevo] desde 2013, quando na escola ouvi sobre poesias eróticas e a literatura mais fluida e livre”, contou o autor sobre o estilo com o qual se identifica.
Com o passar do tempo, a poesia foi perdendo força entre os gêneros literários. O autor nega essa hipótese e aposta na sensibilidade do público para consumir esse estilo de texto.
“A poesia na minha concepção é forte a ponto de tocar a todos, sempre. Mas acredito que as pessoas sempre terão sensibilidade de se sentirem acolhidas através dessa forma artística, elas só precisam de um espaço seguro para abrir um poema e ler o que a própria alma quer dizer mas não tem coragem”, declarou Bento.
“Por isso sempre digo que escrevo sobre a alma coletiva. Acho que para as pessoas terem mais interesse, é necessário uma literatura mais dinâmica. Meus poemas são leves e intensos, porém longos. Portanto, nesse livro desenvolvi alguns atos para fazer o livro ter mais dinâmica – como por exemplo, você precisa girar o livro para continuar a leitura em determinado momento, tem QR Code para ouvir música e assim por diante”, concluiu o autor.
Com relação aos tabus na sociedade sobre gênero e sexualidade, Bento acredita que as pessoas se acostumaram a odiar os corpos e o âmago de cada um.
“É como se fosse um problema amar, ser, sentir e querer algo do nosso jeito. Naturalmente estamos aqui para viver e lutar contra todas essas amarras e raízes podres”, opinou.
Durante a conversa com o Portal Costa do Sol, o jovem, que é estudante de Publicidade e subdiretor de conteúdo de uma agência de marketing de crescimento no Rio, explicou os trâmites para publicação da obra.
“O processo de publicação envolve muitas burocracias, mas também envolve o seu comprometimento com além da produção – tem a pré, o produto final e a pós produção. Sua dedicação para o sucesso do nascimento desse material vai além da escrita, quando somos artistas independentes mais ainda! E sempre digo que o primeiro passo para ser escritor(a/e) é assumir que você pode ser rejeitado(a/e)”, definiu.
“Além disso, lembrar que seu sonho tem força, suas emoções tem motivo e se você escreve, diz algo que mais ninguém pode dizer e sentir da sua maneira”, pontuou.
Bento chama seus leitores de “Odisseianos”. Para ele, o público recebe todas as criações com afeto.
“Minha expectativa é fazer a Odisseia Erótica ecoar e chegar em grandes editores, me proporcionando o meu sonho de viver somente da escrita; e como autor de sucesso enquanto poeta contemporâneo”, finalizou o escritor.
Por Luiz Felipe Rodrigues, estagiário sob supervisão de Renata Castanho.