Em sua primeira entrevista em uma rádio desde a vitória, Daniela Dantas, participou nesta segunda-feira, dia 15, de um bate papo bem descontraído no “PodCosta”, o podcast da Rádio Costa do Sol e nos estúdios da Costa do Sol FM. A nova campeã revelou que a gastronomia sempre foi sua “válvula de escape”, um hobby cultivado longe dos holofotes enquanto construía uma sólida carreira de 20 anos na advocacia. Ela contou que, até pouco tempo atrás, clientes a paravam na rua surpresos: “Não sabia nem que você sabia fazer um ovo”.
A paixão pela cozinha, segundo Daniela, é herança de família. Ela relembrou com carinho de dona Lourdes, sua avó paterna, uma “cozinheira de mão cheia” que era “um furacão” na cozinha, e das lasanhas à bolonhesa que sua avó materna preparava para vender em Jacarepaguá – receita que ela domina e reproduz até hoje. A pandemia foi um ponto de virada, quando ela pôde se dedicar mais a estudar técnicas complexas e investir em equipamentos para aprimorar seu talento de forma autodidata.

Questionada sobre como a experiência como advogada a ajudou na competição, Daniela foi enfática: “O direito me deu essa bagagem”. Ela explicou que a profissão a ensinou a trabalhar sob pressão, a não aceitar um “não” como resposta final e a ter controle emocional. Sua participação foi meticulosamente planejada; ela estudou todas as temporadas anteriores como se fosse um “estudo de campo” jurídico, analisando provas e técnicas para estar tecnicamente preparada para qualquer desafio.
Sobre o futuro, a campeã divide o coração entre duas paixões. O direito, que é sua “vocação” e lhe deu uma visão empresarial aguçada, e a gastronomia, que agora ganha novo significado. Seu grande projeto é o restaurante “Dona Dand”, um sonho antigo que ela planeja executar com critério e sócios certos, priorizando a perenidade do negócio. “Não é só o sonho que sustenta um restaurante”, pondera, citando a importância de uma gestão eficiente.
Daniela enxerga o “Dona Dand” na Região dos Lagos, mais precisamente em Araruama, cidade que escolheu para viver há duas décadas e que ama pela “paz e brisa” que oferece. Ela deseja proporcionar experiências gastronômicas memoráveis com ingredientes brasileiros, elevando a culinária local. “Todas as pessoas têm direito e devem conhecer uma boa gastronomia”, defende a chef, que agora une a precisão do direito ao afeto da cozinha para escrever seu próximo capítulo.
Por Luigi do Valle