Uma corrida contra o tempo: a saga dos que trabalham com transplantes de órgãos

Em Araruama o Hospital Estadual Roberto Chabo tem alcançado sucesso na doação de órgãos

O Grupo IDEAS (Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde) que faz a gestão de vários hospitais estaduais, assumiu o Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC) em novembro do ano passado e desde então algumas significativas mudanças já podem ser observadas.
A unidade hospitalar que atende 9 Municípios (Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Cabo Frio, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Araruama e Saquarema) está sob a direção geral do dr. Renato Corredeira e a direção técnica do dr. Mario Jorge.

O Diretor Administrativo Waltinho Negão, o Diretor Técnico dr. Mario e o Diretor Geral dr. Renato Corredeira


-O Hospital sempre foi referenciado para trauma e desde que o grupo IDEAS assumiu nós começamos a aumentar o número de cirurgias, principalmente as ortopédicas, ampliamos a parte de cirurgia na coluna que não era feita na Região há mais de 10 anos e a de buco-maxilo- facial. Incrementamos a cirurgia plástica para os pacientes politraumatizados. Abrimos a porta para o Corpo de Bombeiros que agora já traz o paciente com trauma de grande porte para a nossa unidade e não mais para as Upas. O diretor geral dr. Renato Corredeira atende mais de 40 pessoas por dia em consultas ambulatoriais. Essa é a intenção do IDEAS, fazer a interação hospital X comunidade, disse o médico Mário Jorge.

Mensalmente são realizados na unidade cerca de 1,8 mil exames de imagens, como tomografia computadorizada, raio x, ultrassonografia e ecocardiograma. O Hospital Roberto Chago, que conta com 79 leitos, também contabiliza cerca de 20 mil exames laboratoriais por mês.

-Estamos fazendo mais 7 leitos de CTI, além dos 9 que já temos. Temos dois neurocirurgiões de plantão, além de equipe vascular e de ortopedia que foi aumentada, disse o diretor técnico Mário Jorge.

Os médicos ortopedistas Raphael Blum, Antonio Maia e Renato Corredeira

Segundo o dr. Mario Jorge, ano passado foram 11 os pacientes elegíveis à doação e este ano já foram feitas 3 doações de órgãos.


-O último caso foi de um paciente muito jovem (13 anos), no último dia 07 de março e foi uma captação muito bem sucedida (coração, rins, fígado, córnea, ossos, tecido). No momento de cada doação é feito um corredor humano com todos os funcionários do hospital, do CTI onde o paciente se encontra até o centro cirúrgico. E todos aplaudem emocionados. Esse momento é eternizado através de um vídeo que é entregue à família, disse o médico.

A captação de órgão é feita pelo Programa Estadual de Transplante – PET. Toda vez em que há um paciente possível de transplante a equipe é acionada. E no Hospital de Araruama existe a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), coordenada pela enfermeira Michele Guedes.

‘A doação de órgãos é uma ressignificação da morte’

Essa Comissão formada por equipe multiprofissional da área de saúde, tem a finalidade de organizar, no âmbito da instituição, rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes, pois atualmente a fila é enorme, com mais de 50 mil pacientes, segundo dados do Ministério da Saúde.

-Fazemos todo o processo junto à família esclarecendo a importância da doação, onde há todo um protocolo de exames pra confirmar que o paciente pode doar, pra família ter entendimento da importância da doação. Temos muito boas experiências aqui no hospital, das famílias aceitarem entrar com o programa, diz Michele.

Para cada doação, muitas vidas são salvas

Atendimento e carinho aos pacientes

O protocolo para chegar ao veredito de morte encefálica do paciente leva alguns dias e a programação da doação tem que estar diretamente ligada à equipe do Hospital que fará o transplante no paciente receptor.
-Há um tempo correndo. Às vezes tem que sair daqui de helicóptero pra chegar a tempo no hospital que fará o transplante. A equipe do PET vem e acondiciona esse órgão da melhor maneira para o transporte. Para cada órgão existe um tempo específico de sua retirada até o transplante. O coração tem um tempo de isquemia de 4 horas, então precisa correr muito, diz Michele.
Por questões de ética, a família do doador não tem acesso ao receptor. “Mas ela tem como saber como esse paciente está. Não se pode informar a identidade por questões de assédio e ética”, explica ela.

-Para cada órgão vem uma equipe diferente: a cardíaca, a equipe geral pra captar fígado e rins e a do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia – INTO, que capta tecidos, córnea, pele e ossos. Eles têm um banco de tecidos.

Segundo Michele Gomes, “a cada ano essa questão do transplante, pela divulgação em redes sociais, tem se multiplicado, em relação às famílias doadoras”, afirma.

-O desejo do doador que vinha impresso na carteira de identidade não tem mais validade. A família é quem decide. A gente informa à família todo o processo, dos exames que estão sendo realizados, do diagnóstico e da possibilidade de doação e a equipe respeita a decisão. Quando a família é negativa a gente informa que o suporte será desligado e o corpo entregue, diz Michele.

“Investigamos se o paciente tem fluxo cerebral ou não. São feitos 2 exames clínicos com médicos diferentes em tempos diferentes. A gente segue a legislação. Fazemos o teste de apneia com toda a equipe e após, a gente aciona o programa. Solicitamos ainda um eletroencefalograma ou dopller transcraniano, para ver a atividade cerebral e o fluxo”, afirma a coordenadora.

‘É um processo complexo porque a família precisa entender que a morte cerebral é irreversível. Há as fases do luto e conseguimos sentir em que fase aquela família se encontra’

Finalizando Michele Guedes fala sobre o conceito principal de doação.
-O programa preconiza que aquela família doadora tenha uma ressignificação da morte e que essa dor pela qual ela está passando possa ser ressignificada através da doação dos órgãos daquele ente querido. Com esse ato generoso outra pessoa pode ter a oportunidade de sobreviver.

Waltinho, dra. Imaculada e dr. Renato
Renato Corredeira e o funcionário Seninha numa reunião de acesso ao hospital
Renato Corredeira e o paciente Marcelo, feliz com a novo conceito do hospital, a humanização

@rcorredeira.ort
@renato_corredeira
@ideas_saude
www.ideas.med.br
Facebook: Renato.Corredeira

Por Renata Castanho

Um comentário

  1. BRUNO FERREIRA BARCELLOS

    O melhor médico do Planeta

  2. Michelle

    Excelente profissional!

  3. Aline Pereira

    Que excelente trabalho!!!Nunca teve esse serviço de excelência no local !!!

  4. Jaque Gomes

    Sinto-me honrada em saber que o Dr. Renato Corredeira está a frente de mais um desafio desse porte, eu e minha família conhecemos de pertinho a excelência que esse profissional da saúde torna possível e fácil os desafios para com os pacientes, que na verdade os torna todos em amigos, por sua simplicidade, humildade e principalmente por amar o que faz de melhor: Cuidar da saúde do próximo !
    Parabéns Dr. Renato Corredeira e toda sua equipe.

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