Em março faremos dois anos desde que fechamos as portas da escola por causa da Covid. O impacto da pandemia na educação em todo o Brasil ainda não se pode medir. Mas acredito que o choque maior foi para as crianças da Educação Infantil. O Censo Escolar já divulgou dados de que temos 653 mil matrículas a menos nas creches e pré-escolas de todo o Brasil em comparação a 2019. Sem dúvida, as consequências da ausência das crianças na escola durante todo esse período serão enormes, trazendo sim um grande retrocesso, como já apontam algumas pesquisas. E nós vamos falar sobre isso aqui hoje, 4 MOTIVOS PELOS QUAIS O SEU FILHO PRECISA ESTAR FREQUENTANDO A EDUCAÇÃO INFANTIL, PRESENCIALMENTE.
Leia até o final por que você vai se surpreender!O primeiro motivo é o desenvolvimento da LINGUAGEM ORAL , ou seja, a capacidade de COMUNICAÇÃO da criança, que é aprimorada na escola, diariamente, através de experiências quando ela pode ouvir e falar. Como por exemplo na escuta de histórias, na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo.
Você sabia que a comunicação infantil é o primeiro passo para que a criança conquiste a sua autonomia? A criança precisa compreender que “se expressar é importante!”, bem como participar de atividades que façam com que ela precise se expressar, desenvolvendo o hábito de falar sobre o que sente e o que deseja. Na escola, podemos trabalhar a comunicação infantil diariamente por meio de questionamentos, dúvidas, opiniões, hipóteses, descobertas, etc.
O segundo ponto importantíssimo é a SOCIALIZAÇÃO, que está intimamente ligada ao desenvolvimento da linguagem oral. Inclusive, um dos eixos estruturantes da Educação Infantil é a interação social, o relacionamento entre crianças e professores. A escola é um espaço de vida, de encontro e de diálogo permanente. Nas trocas e no convívio com o outro que a criança se desenvolve, ampliando as possibilidades de aprendizagem.
O terceiro ponto, é o desenvolvimento da COORDENAÇÃO MOTORA, que é dividida em duas categorias: a coordenação motora grossa e a coordenação motora fina. A grossa é determinada pelos movimentos musculares dos membros maiores que definem os movimentos mais habilidosos, como: correr, saltar, subir escadas e chutar, exercícios muito utilizados em atividades esportivas e que algumas crianças apresentam mais dificuldades nesses movimentos. Já a coordenação motora fina é a de músculos menores, como mãos, dedos e pés. São verificados através da pintura e no manuseio de materiais como lápis, canetinha e tesoura. Exigem movimentos mais firmes e delicados, devendo ser mais precisos. Movimentos esses que serão utilizados durante a vida toda.
O quarto e último motivo, porém não menos importante, é a educação socioemocional, que é parte essencial do ensino, segundo a nossa Base Nacional Comum Curricular. Trabalhar as emoções desde cedo é fundamental, pois é o reconhecimento das emoções que vai nos ajudar a compreendê-las, lidar melhor com as situações e com aquilo que sentimos, solucionar conflitos com mais facilidade e com menos sofrimento. É o início do processo de inteligência emocional, que favorece também o aprendizado.
Existem diversos outros motivos, mas acredito que esses são os mais relevantes neste período em que estamos vivendo. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96), artigo 29, a educação infantil tem como finalidade “o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Por Larissa Chagas
Pedagoga, especialista em primeira infância, mãe,
apaixonada pelo desenvolvimento infantil desde 2006.
@lachagas