Em 2001, Cássia Regina Eller estava no auge da carreira. Logo em janeiro, a carioca esteve entre os 128 artistas que tocaram ao longo dos sete dias do Rock In Rio III. A edição do festival reuniu um público de 1 milhão e 200 mil pessoas na Cidade do Rock, montada em um espaço de 250 mil m2 em Jacarepaguá, no Rio.
Era apenas o 13º dia daquele ano e Cássia subiu ao palco na mesma noite que R.E.M., Foo Fighters, Barão Vermelho e Fernanda Abreu. Somente neste dia, a estimativa de público foi de 190 mil pessoas.
Pós-Rock in Rio, Cássia engatou uma agenda de shows com 95 apresentações, entre maio e dezembro. Nos dias 7 e 8 de março, gravou a obra-prima da carreira: o Acústico MTV. Premiado como o Melhor Álbum de Rock Brasileiro no Grammy Latino do ano seguinte, o disco superou a marca de 1 milhão de cópias e ganhou certificado de Diamante no Brasil.
Entre as performances clássicas da noite, voz e violão de “Relicário”, ao lado do parceiro de outros carnavais de Cássia, o ex-Titãs Nando Reis. “Vá Morar com o Diabo”, indicada a Melhor Canção em Língua Portuguesa no Grammy Latino de 2002, e covers de Édith Piaf (“Non, je ne regrette rien”) e The Beatles (“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”) também fazem parte do repertório do disco.
Mais tarde naquele ano, a cantora ainda se apresentou no tradicional Video Music Brasil, o VMB da MTV. Ao lado de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nando Reis, Cássia interpretou a música “Top Top”, da banda Os Mutantes, que também foi regravada por ela no álbum Acústico.
A chave de ouro do ano de Cássia seria uma apresentação na festa de réveillon da Praça do Ó, na Barra da Tijuca, no Rio. Contudo, dois dias antes, o coração da dona de uma das mais inconfundíveis vozes da música nacional parou.
No momento mais embalado da curta carreira, no dia 29 de dezembro de 2001, Cássia fez o Brasil chorar e marcou a virada daquele ano para os fãs, não pela música, mas pelo minuto de silêncio em sua homenagem.
